O verdadeiro coitadismo, racistas usando de vitimismo como estratégia para se livrarem de seus crimes!
Decorrido algumas semanas após os atos racistas na Arena
Grêmio, que tiveram como alvo o goleiro Aranha uma constatação fica nitidamente
percebível.
Patricia Moreira, torcedora tricolor, flagrada em
filmagem no estádio dirigindo ofensas ao atleta, agora vem recebendo calorosas
manifestações de apoio, solidariedade que parte de pessoas pertencentes á
torcidas ''organizadas'' gremista, surgem seus amigos ''negros'' para lhe
prestar auxílio, servindo de escorra para colaborar com a versão de que ela não
foi racista, mas sim mal interpretada, para reforça ainda há declarações
imbecis de ex-dirigente do Grêmio, tentando negar o óbvio do fato.
Um resultado mais do que esperado, um corporativismo que
sai em defesa da ''santa garotinha''. Inocentando-a á todo custo, tentando
retirar qualquer responsabilidade dela no ato. Esta em uso uma estratégia de
usar fator de apelo emocional de convencimento, para tornar-la imputável em
arcar criminalmente por sua atitude.
Os que defendem Patrícia Moreira, alegam que está se
tentando jogar nas costas dela uma culpa maior do que a real, esquecendo dos
outros torcedores que também ofenderam o Aranha, que ela esta sendo pega como
bode expiatório, pega para carregar sozinha a cruz.
Bem, vamos analisar melhor, todos têm o direito a ampla
defesa quando acusado de um crime. Pelo menos e o que menciona a lei, mas na
prática sabemos que isso não e uma verdade unanime. Onde se encontra defesa
para pessoas mortas sumariamente por policiais, grupos de extermínio nas
favelas e periferias?
Não se deve confundir a exigência para que ocorra uma punição
sobre critérios da lei com uma criminalização sobre Patrícia Moreira.
Abordando sobre criminalização, e justamente a População
negra que e criminalizada pelo racismo diariamente. Nas ruas através de
truculentas abordagens policias, que em algumas ocasiões produzem um saldo
fatal, com inocentes sendo assassinatos, presos ilegalmente, a criminalização
racista afeta os locais de habitação, procura de empregos, em todos aspectos
gerais da vida de negros/negras em suas atividades cotidianas. Vale lembrar que
manifestações culturais, religiosas de matriz africana até a década de 1930
eram proibidas, jogar capoeira era considerado uma atividade de bandido, era
obrigatório que terreiros de candomblé tivessem registro policial para
existirem.
Observando como se diz na letra fria da lei, no inciso
XLII, do artigo 5º, da Constituição Federal de 1988 estabelece que
“A prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Desde aprovação desta lei quantas pessoas foram presas e
julgadas com base nesta lei? Nenhuma. Pelo menos não há nenhum caso conhecido.
Ou podemos surrealmente dizermos que não se praticam crimes por motivação
racial no Brasil?
Isso mostra uma perversa realidade de que como o poder
judiciário e altamente conivente com racismo. E preciso que um jogador seja
ofendido para trazermos a tona um mínimo debate nacional sobre a problemática
da discriminação racial?
Como alternativo ao crime propriamente de racismo, existe
o crime de ''Injúria racial''. Previsto
no Código Penal
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou
o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa
ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa.
Fica evidente que classificação como injúria, suaviza
para o autor do delito sua punição. Cria-se um panorama cujo o único destino e
senão a impunidade. Um ambiente que torna propicio a continuidade de crimes
dessa natureza. E sempre recorrente ouvirmos em casos de racismo, os detratores acusarem os negros se serem ''vitimistas'' ou de apelarem para um coitadismo, mas vejamos bem, quem usa de coitadismo não é a vítima, mas sim o agressor oportunamente para se livrar. Uma tentativa em inverter as posições, como esta ocorrendo com ajuda de uma generosa mídia para Patrícia Moreira.
Racistas
no Brasil, sabem os ingredientes da receita para livrar a própria pele:
primeiro choram, em seguida dizem terem amigos amigos ''negros'', por fim pedem
desculpas e se dizem arrependido, pronto e assim a roda permanece girando e
nada se altera.
Kassan 11/09/2014