Há 50 anos o sistema tentava através de balas silenciar um dos grandes homens e militantes do Povo Negro no século XX. O assassinato de Malcolm X cumpria uma nefasta tentativa em se parar a ascensão um movimento de conscientização e libertação frente ao sistema de opressão instituído pela supremacia branca.

Sobre o Honorável Malcolm X podemos afirmar que sua morte física não significou o encerramento de tudo que ele foi capaz de transmitir. Sua retória, sua militância, seu compromisso são glórias de um legado que transcende fronteiras e temporalidade é encontra ventre fecundo em todas as mentes e corações daqueles devotados a cumprirem uma causa maior, a causa da liberdade. Do berço ao tumulo a vida do Honorável Malcolm X sempre foi uma vida de superações. Dor, desafios, riscos, perdas, ascensão é redenção, são componentes que o formaram a ser o que ele se tornou.  Seu nome está escrito na História.

Enquanto boas memórias conscientes existirem, não importam quantos decênios se passem, nada será possível de eliminar a semeadura feita por Malcolm que perdurará pela eternidade.


Malcolm X Eterno
Uma inspiração para sempre buscar,
Fonte inesgotável de orgulho exemplar,
Movido à perseverança que nunca cessava 
Altivo espírito forte na luta que nada ameaçava
Indicou que o certo caminho era insurgir
Voz poderosa para os inimigos que caia como zurzir
Honra resplandecente que o tempo não encerra
Forjou-se entre os ventos e fogo da guerra
Resistente guerreiro homem Shabazz
Profeta de nosso povo descanse em paz




Kassan 21/02/2015
Última batalha de Palmares!

Na madrugada de 06 de fevereiro de 1694, o bandeirante Domingo Jorge Velho, contratado pelo governo da Capitania de Pernambuco comanda um forte ataque sobre Macaco, maior aldeamento existente em Palmares. O perímetro de Macaco era fortificado por uma dupla muralha feita de pau a pique, com vários baluartes e somente três portas que também eram fortificadas. Ainda era protegido à distância por postos de observação. Uma possível falha de sentinelas permitiu o avanço dos homens de Jorge Velho até o desencadear do derradeiro ataque.

Através de disparos de canhões foram abertas brechas na fortificação de Macaco, permitindo que as forças bandeirantes conseguissem penetrar para dentro do local, assim dando início a sangrentos combates corpo a corpo com os quilombolas. Para proteção do quilombo os soldados de Palmares se especializaram em táticas características de guerrilha, aproveitando a vegetação para camuflagem e realização de ataques furtivos é não tinham experiência em combate em campo aberto. Acuados os combatentes palmarinos tentaram utilizar uma rota de fuga por um precipício. O resultado foi uma drástica perda de vidas, muitos despencaram por causa da falta de iluminação e outros foram arremessados para morrerem.

A tomada de Macaco, maior dos mocambos que formavam Palmares, marcaria sua queda, que por aproximadamente 94 anos resistiu a investidas realizadas por holandeses¹ e portugueses. Zumbi como comandante máximo, sucessor de Ganga Zumba lidera pessoalmente a última tentativa de resistência. Após vários ataques fracassados em destruir o quilombo em ocasiões anteriores, Domingo Jorge Velho consegue organizar uma tropa bem armada e com homens experientes. Apesar da voracidade da ofensiva, Zumbi consegue escapar com um pequeno grupo de companheiros. 

O destino dos sobreviventes de Palmares foi decidido de forma cruel, escravos fugidos foram devolvidos para seus antigos senhores da região, foram realizadas execuções sumárias para potencializar o terror provocado pela derrota. Sem possibilidade em reerguer a mesma estrutura que permitiu a existência do quilombo, Zumbi e seus aliados passaram a realizar pequenos ataques sobre fazendas para se manterem, ao mesmo tempo que fugiam da perseguição das autoridades. Em 20 de novembro de 1695, após informações cedidas por traidores, Zumbi e capturado pelo bandeirante André Furtado, sendo morto e tendo sua cabeça cortada para ser exposta em praça pública na cidade de Recife.



Referência Bibliográfica

FREITAS, Décio. Palmares - A Guerra dos Escravos. 5 Ed. Porto Alegre. Editora Graal, 1971, 224 p.
SANTOS, Joel Rufino. Zumbi. 7 Ed. São Paulo: Editora Moderna, 1941.

1* O Brasil colônia foi invadido pelos holandeses por duas vezes. A primeira em 1624 ocorreu a posse de Salvador, que durou um ano, e em 1630 foi tomado Pernambuco, pelo qual conseguiram controlar quase todo o Nordeste até serem expulsos em 1654. A ocupação holandesa tinha como principal objetivo a comercialização do açúcar para Europa.


Kassan 06/02/2015