A idéia de comemorar o 31 de julho como Dia Internacional da Mulher Africana surgiu na Conferência da Mulheres Africanas, em 1961, que contou com a participação de 14 países e oito Movimentos de Libertação Nacional em Dar Es Salaam, na Tanzânia, quando foi criada organização Pan-africana das Mulheres que tem como objetivo a luta pela promoção de todas as mulheres africanas. A data foi instituída e passou a ser lembrada a partir de 31 de julho de 1962.

Assim, como em todo o mundo, no continente africano a mulher continua sendo discriminada e subjulgada. Entretanto, tem conquistado espaços no mercado de trabalho e do poder político.

Com a descolonização de África, na segunda metade do século XX, muitas mulheres passaram a exercer funções no mercado de trabalho, porém a remuneração continuou inferior a do homem.

A luta da mulher africana se assemelha a luta da mulher negra em toda parte do mundo, uma vez que ainda tem de lutar por reconhecimento, valorização e por melhores condições de vida nas sociedades onde vivem.

A luta das mulheres negras ainda é grande no Brasil. As mulheres negras compõem uma das maiores categorias de trabalhadoras da nação, a das domésticas, sendo discriminadas, exploradas e submetidas a uma intensa jornada de trabalho.

As mulheres negras da zona rural, cuja maioria vive em comunidades quilombolas, sofrem com a falta de condições mínimas de sobrevivência.

As Convenções contra todas as formas de discriminação sejam da mulher ou de outros segmentos, adotadas pelo Brasil, estão longe de serem cumpridas.
Ainda há um longo caminho a se percorrer em busca de respeito, dignidade, valorização profissional da mulher negra, que continua sendo o esteio familiar. Se quisermos uma sociedade realmente justa, devemos lutar:

- Pelo fim da discriminação racial no trabalho;
- Contra a exploração sexual, social e econômica da mulher negra;
- Por condições de vida digna para o povo negro.

Conscientize-se! Reaja à Violência Racial! Não silencie frente à violência e opressão! Denuncie sempre!

Viva todas as guerreiras que abriram o caminho para nossa luta!

Fonte: Blog da Formação Política Movimento Negro Unificado 





Kassan 31/07/2014





Kassan 28/07/2014






Kassan 23/07/2014

Amizade entre Malcolm X e Muhammad Ali

Malcolm X tornou-se uma influência decisiva para vida do então Cassius Clay. Na posição de Porta-voz da Nação do Islã (N.O.I em inglês), Malcolm foi o responsável por levar o promissor pugilista para a organização liderada por Elijah Muhammad. Cassius abandona aquilo que considerava como um nome escravo e assume o nome árabe pela qual ficaria mundialmente conhecido.

Em pouco tempo entre os dois se desenvolveu uma relação de amizade, Malcolm por ser mais velho também assumiu uma condição de mentor para lutador prestando conselhos espirituais, políticos, de comportamento. A popularidade de Muhammad Ali era uma forma da Nação do Islã também ganhar reconhecimento nacional e internacional.

Em 1963 Malcolm X se desentende com a cúpula da Nação do Islã e decide abandonar a organização e a filosofia pregada por aquele que durante anos ele  considerou como um mestre Elijah Muhammad. Malcolm adere o Islã sunita após fazer a Hajj, reformula conceitos e passa a defender outras ideias políticas. Ao assumir essa postura Malcolm X passa a ser considerado um traidor por Elijah e os muçulmanos da Nação, algo que o torna alvo de calúnias, difamações e ameaças de morte.

Nessa disputa entre Malcolm e Elijah, Muhammad Ali prefere se mantiver ao lado do chefão da Nação e rompe á amizade. Após a morte do líder da N.O.I em 1975, Muhammad Ali se converte ao sunismo e revê que cometeu um grande erro ao desfazer a amizade com Malcolm X. Em palavras próprias, Ali demonstrou o arrependimento:

''Virando as costas para Malcolm foi um dos erros que eu mais lamento em minha vida. Eu gostaria de ter sido capaz de dizer Malcolm que estava arrependido, que ele estava certo sobre muitas coisas. Mas ele foi morto antes que eu tivesse a chance. Ele era um visionário à frente de todos nós. Eu nunca poderia ter se tornado um muçulmano se não tivesse sido por Malcolm. Se eu pudesse voltar e fazer tudo de novo, eu nunca teria virado as costas para ele.'' 




Kassan 20/07/2014


Aproveitando a data de 15 de julho, Dia do Homem, lembremos então um homem que nós serve como exemplo, símbolo de inspiração, um verdadeiro modelo.



Kassan 15/07/2014

Há 20 anos Lélia Gonzalez, intelectual e uma das mais importantes militantes do Movimento Negro fazia a transição deste mundo para se juntar aos nossos ancestrais.

Filha de um ferroviário negro e de uma empregada doméstica indígena, Lélia Gonzalez nasceu em Belo Horizonte - MG, em 1º de fevereiro de 1935. Na condição de antropóloga e professora foi responsável por publicar inúmeros artigos, ensaios e livros que inovaram a base de análise sobre a temática racial. Lélia também fez parte integrante do grupo de ativistas que fundaram o MNU - Movimento Negro Unificado que reorganizou a luta política e reivindicativa da população negra, após um período de hiato forçado pela ditadura.

Sua importância deve ser valorizada e mantida de forma significativa, pois através da combinação de sua obra acadêmica e seu ativismo criou um panorama de maior reconhecimento sobre a influência da ideologia do embranquecimento nas relações sociais, seu protagonismo intelectual também abraçou a causa feminina, expondo como a mulher negra tornou-se historicamente um gênero duplamente oprimido no tecido social por sofrer com a discriminação exercida pelo racismo e pelo sexismo.

Nobre e incansável guerreira de nosso povo! 

Máximo respeito, viva memória e luta de Lélia Gonzalez!  






Kassan 10/07/2014

Africanos e Afro-argentinos, uma história de um genocídio!

Argentina e um das nações da América do Sul que mais se vangloria da herança genética, patrimonial, cultural europeia com isso a presença africana no país é muitas vezes negada, um fato omitido, mas existe um motivo criminoso para isso, os africanos presentes em seu território desde o século XV foram drasticamente massacrados em um trabalho de genocídio racial.


A independência argentina ocorreu em 9 de julho de 1816 e a abolição oficial da escravidão foi promulgada em 1853.


A vinda de africanos para a Argentina inicia-se durante o século XV, igualmente como ocorreu nas demais colônias, os africanos foram postos para trabalharem nas plantações, em minas e para prestarem serviços domésticos. No ano de 1778 foi realizado um censo em que apontou que a população negra chegava a 54% em algumas regiões especialmente no norte. Repetido o censo em 1887, esse índice caiu para percentual de 1,8%. 


E preciso observar as condições é meios para entender como ocorreu esse apagamento da presença negra da sociedade argentina. E possível especificar através de três maneiras como ocorreu esse extermínio:


1° Guerras – Foi recorrente o uso de africanos como soldados no território argentino. Essa prática foi utiliza desde o período em que ainda se encontrava na posição de colônia. Espanhóis usaram tropas composta por negros em guerra contra ingleses no final do século 18. Posteriormente durante a luta por independência, foram criadas companhias chamadas de “Batalhões de Libertos”, onde escravos eram recrutados com a promessa de receberem alforria após o serviço militar. A realidade foi bastante perversa para os soldados que compunham esses batalhões, comandado por oficiais brancos, sempre foram colocados na linha de frente dos combates mais pesados, a onde os números de baixas eram extensamente maiores. Considerado líder e libertador nacional San José Martin durante suas campanhas contra as tropas reais espanholas se serviu de soldados negros. Quase não havia sobreviventes entres os negros após batalhas contra tropas espanholas. Quando a Argentina ao lado do Brasil ingressou na guerra contra o Paraguai, também ocorreram o uso de africanos como soldados de infantaria, e novamente foram colocados nas posições mais perigosas do conflito. Isso diminuiu drasticamente o percentual de negros do sexo masculino.


2° Epidemia – Com a abolição da escravidão, africanos foram relegados à uma condição ainda mais miserável daquela vivenciada na escravatura, para fugir da pobreza nas zonas rurais, houve um fluxo migratória para os perímetros urbanos, especialmente para capital Buenos Ares, isso originou um acúmulo expressivo de população africana, logo os negros passaram a ser segregados e obrigados a viverem em guetos. Algo bastante semelhante ao que ocorreu no Brasil pós-abolição, onde os negros foram isolados em favelas. Esses bairros de negros imperava a pobreza. Em 1871 em Buenos Ares surgiu um surto de febre amarela, entre as comunidades negras, sem poder contar com assistência médica a disseminação ocorreu de forma rápida. Temendo que a febre amarela se espalhasse entre a população branca, o exército criou barreiras para impedir a circulação das pessoas infectadas pela doença. A mortalidade reduziu quase pela metade o povo que viviam nessas áreas.

3° Imigração europeia/embranquecimento – Após a independência da Espanha, entre os novos governantes, intelectuais e a classe dominante que continuou a ser a mesma da época colonial, que eram os grandes fazendeiros surgiu a necessidade em desenvolver um projeto de nação. Criar condições políticas e econômicas que tornassem a Argentina um país forte é prospero. Mesmo independente, os pensadores nacionais definiram que Argentina era uma extensão da civilização europeia e essa condição era inalienável. Era século 19 e na Europa se desenvolviam a todo vigor teorias (pseudo)científicas para buscavam legitimar a superioridade racial dos povos brancos em contraste aos demais povos da terra, era a ciência conhecida como eugenia. Governo argentino influenciado pelas ideias de eugenia tornou unanime uma prioridade, o futuro do país era se assegurar como uma nação branca! O fator de melhoria racial estava inseparável ao fator de melhoria da nação, assim defendia abertamente Domingo F. Sarmiento, político que foi presidente da república de 1868 á 1874. Foi durante o período do governo de Sarmiento que houve um estimulo oficial a vinda de imigrantes europeus, essa política estatal estava assinalada na própria Constituição promulgada em 1853:


"O Governo Federal deve promover a imigração europeia; e não deve restringir, limitar ou ônus de qualquer entrada de imposto no território argentino de estrangeiros que chegam com o objetivo de cultivar o solo, melhorando as indústrias, e introduzir e ensinar as ciências e as artes."


Como o número de negros do sexo masculinos se reduzia com velocidade, outra tática empregada para buscar o embranquecimento foi introduzir de forma compulsória a miscigenação das mulheres negras, dessa forma iria se extenuar a presença africana em poucas décadas, outra forma também usada foi fazer maquiagem, omitindo foi dos censos populacionais a existência de africanos.    


Apesar de estarem sofrendo um legítimo processo de genocídio racial, os africanos na Argentina ainda tiveram forças e capacidade em buscar por sua própria sobrevivência. Houve o surgimento de uma imprensa negra ativa em Buenos Aires 1850 e 1900. O primeiro jornal afro-argentino foi o 'La Raza Africana ", que produziu pelo menos quinze jornais semanais e quinzenais. Em seguida outra publicação apareçam outras publicações como o 'El Proletário' sucedido em 1864, pelo "La Igualdad". Todos esses jornais tiveram uma pequena duração.  Isso por que o índice de anafalbetismo atingida quase a totalidade da comunidade negra, e também não haviam profissionais capacitados para o oficio de tipografo, jornalista.


O racismo esta muito presente na cultura e comportamento argentino, quando deseja se ofender alguém e comum chama-la de ''macaquito'', ''negrito'', ''cabecita negra''. Presidente Juan Domingo Perón era simpatizante nazismo, tanto que alguns criminosos de guerra alemães se refugiram com apoio e conivência de autoridades para Argentina. Pensamentos racistas ainda circulam na política, fundado em 1990 o Partido Nuevo Triunfo, defendia uma plataforma nazi-fascista até ser ilegalizado em 2009.


Apesar dos históricos esforços racistas em derrogar da historiografia a existência da presença africana, ainda e possível constatar no seio da cultura argentina alguns traços de influência negra. Um dos maiores orgulhos nacionais e marca registrada da ''Argentinidade'' cultural o Tango tem raiz africana. O Tango e uma evolução de danças praticadas por escravos. Rosendo Mendizabal primeiro nome do grande artista do Tango, era filho de mãe negra. Contemporaneamente na música há o reggae-man Fidel Nadal. 

De acordo com dados fornecidos pelo último Censo Nacional, em 2010, os afrodescendentes na população somam atualmente 149.493 pessoas (0,4% do total). Desse total, cerca de 137,583 tinha nascido na própria Argentina (92%), e os restantes 11.960 (8%) eram de originários de outros países. Em 9 de Outubro de 2006, foi criado a organização Foro de Afrodescendientes y Africanos en la Argentina, com objetivo em combater a discriminação racial e assegurar a diversidade étnica, também existem outras organizações que compõem o movimento de resistência dos afro-argentinos como Instituto Nacional Contra la Discriminación (INADI), el Movimiento Afrocultural Bonga, la Federación de Organizaciones de Afrodescendientes.   



Referências Bibliográficas

The Afro-Argentines of Buenos Aires, 1800-1900 Hardcover – November 1, 1980
Afroargentines: The Argentimes, original on 23 November 2009

Indicado Afro-Latino Connection (Afro-Argentines) 

Kassan 05/07/2014


O drama dos bastardos da Renânia

Bastardos da Renânia era um termo racial depreciativo utilizado na Alemanha durante o período da República de Weimar e continuado durante o regime nazista para se referir aos filhos miscigenados de negros africanos com mulheres alemãs.


Renânia e uma região ao sudoeste da Alemanha, localizada entre o baixo e médio Reno, faz fronteira com a França.


Após ser derrotada na 1° Guerra Mundial foi imposta a Alemanha a assinatura do Tratado de Versalhes. O tratado impusera inúmeras restrições à Alemanha desde a limitação de sua força militar até o pagamento de indenização as nações vencedoras da guerra, isso produziu um enorme caos econômico e também um sentimento generalizado de humilhação que trariam graves consequências que seriam catalisadas politicamente pelos nazistas. Em questão a região da Renânia por clausula do tratado deveria ficar sem presença militar alemã e ocupada pelos franceses. 


A Alemanha compunha junto com o Império Austro-Húngaro e o Reino da Itália a chamada Tríplice Entende, que combatia a Tríplice Aliança formada por França, Inglaterra e Rússia. A Itália antes do final da guerra mudaria de lado e a Rússia após a revolução socialista de 1917, saiu da guerra. Durante o conflito como medida de intensificar os esforços de guerra, a França recrutou de forma compulsória nas colônias que possuíam no continente africano, homens para servirem como soldados em tropas auxiliares para combaterem no teatro de guerra na Europa. Essas tropas compostas por africanos nativos eram posicionadas na linha de frente da guerra, ficando expostas a ataque de artilharia pesada, uso de armas químicas por parte do exército alemão o que fazia a taxa de mortalidade ser extremamente alta. Com o término da guerra e a rendição alemã essas tropas africanas ficaram estacionadas na Renânia, sem terem condições de regressarem para suas comunidades natais, os soldados negros passaram a interagir com á comunidade germânica local. O termo “bastardo da Renânia” se deve ao fato que muitas mulheres de militares alemães que ficaram viúvas e desamparadas passaram a se relacionar com os africanos, resultando no nascimento de filhos que não eram considerados alemães por seus pais não terem sangue alemão. Esses filhos também não podiam se remeter a França, pois pela visão franco-colonial, negros não poderiam ser colocados no mesmo patamar de cidadania.


A propaganda chauvinista e revanchista alemã através de discursos, charges, artigos utilizou a situação de ocupação para fomentar revolta e orgulho ariano, os soldados africanos eram caracterizados em formas grotescas, apresentados como estupradores doentes, um risco a integridade racial do país. Um detalhe a ser lembrando e que a Alemanha igualmente como a França também se serviu do uso de tropas africanas na guerra. Contudo os alemães não as trouxeram para Europa, utilizando para defesa de seus domínios coloniais na nomeada “África Oriental Alemã”.


A ocupação por tropas negras em seu território era considerada por setores nacionalistas como vergonha nacional. Adolf Hitler em sua autobiografia política “Mein Kampf”  tratou do assunto de forma bastante áspera. Hitler tratou de combinar seu antissemitismo ao racismo anti-negro, conforme o ele próprio deixou registrado em seu livro:


''[...] Foram e continuam a ser ainda judeus os que trouxeram os negros até o Reno, sempre com os mesmos intuitos secretos e fins evidentes, a saber: "bastardizar" à força a raça branca, por eles detestada, precipitá-la do alto da sua posição política e cultural e elevar-se ao ponto de dominá-la inteiramente.'' - Mein Kampf, Cap XIX - Povo e Raça, pg 175


Alvo de desprezo e discriminação o racismo alemão já muito forte antes mesmo da chegada nazista ao poder, impossibilitava que esses mestiços fossem considerados cidadãos plenos. Com a ascensão de Hitler em 1933 e a implementação de leis raciais em 1935 tornou impraticável a sociabilidade dos não-arianos. Era uma população de aproximadamente 24.000 pessoas com descendência negra que foram postos em uma cidadania de segunda categoria, os afro-alemães ficaram impedidos de ocuparem cargos ou posições em organizações estatais e civis. 


Entre 1937 e 1938 o antropólogo e médico Eugen Fischer um dos mais prestigiados eugenistas alemães e que exerceu muita influência junto a Hitler, assumiu a chefia de um programa que esterilizou compulsoriamente pelo menos 600 mestiços da área da Renânia. Eugen Fischer também era notório por fazer estudos com crânios de africanos originários da Namíbia para reforçar conceitos eugênicos e defender a superioridade ariana.

Hans J. Massaquoi não era um bastardo da Renânia, mas era um afro-alemão. Nascido em 1926 era filho de mãe branca com um liberiano, seu avô era Momulu Massaquoi cônsul-geral da Libéria na Alemanha. Em sua autobiografia "Destined to Witness" Hans J. Massaquoi, narra como foi sua infância durante o III Reich. Massaquoi cresceu longe do pai que era estudante universitário em Dublin, sua mãe era enfermeira em 1929 seu avô retornou para Libéria sua mãe decidiu permanecer na Alemanha, cuidado dele como mãe solteira. Como descreve Massaquoi por sua inocência infantil desconhecia como era processado o racismo nazista, que foram alguns episódios que o fizeram tomar consciência, apesar da cor de pele conseguiu entrar na para o quadro da Juventude Hitlerista, mas seu fenótipo não se encaixava com o modelo de jovem ariano disseminado pela propaganda do III Reich, quando adolescente namorou secretamente uma filha de um oficial da SS. Outros dois episódio que o marcariam seria a vitória do pugilista negro norte-americano Joe Louis sobre o alemão Max Schmeling em 1936 e a conquista de  quatro medalhas de ouro pelo corredor Jesse Owens na Olimpíada de Berlin. Isso reforçou nele um sentimento de orgulho por ser negro. Em 1947 Massaquoi migrou para os Estados Unidos, se tornou jornalista e trabalhou em revista como Jet e Ebony.


O drama dos bastados da Renânia ficou eclipsado pelo holocausto dos judeus, mas trata-se de uma parte importante histórica que não pode cair no esquecimento. Um crime contra humanidade praticado primeiramente pelos franceses que usaram os pais desses mestiços como "bucha de canhão" na guerra e os alemães que posteriormente discriminaram esses indivíduos na vida social.




Referência Bibliográficas:
Hitler's Black Victims, Setembro, 1992
Mein Kampf, Vol. 1925, Vol II 1926
Destined to Witness, Fevereiro, 2001



Kassan 04/07/2014


Em 02 de julho de 1964 o presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson que assumirá o cargo após o assassinato de John Kennedy, promulga a Lei dos Direitos Civis, auferindo plena igualdade ao exercício da cidadania a todos os indivíduos independente de raça, cor, sexo ou religião.

Com a lei tornou-se inconstitucional á prática de segregação de espaços públicos, privados, tal como instalações educacionais, hospitalares e de lazer, e também proibiu a discriminação no emprego, concedeu liberdade para ao voto.

Desde o estopim do Movimento pelos Direitos Civis em 1955 quando Rosa Park na cidade de Montgomery se negou a ceder lugar no ônibus reservado para brancos até a aprovação da lei, foi um caminho intenso e marcado por muita violência e mortes. 

O “apartheid” norte-americano era abalizado por leis. Principalmente nos estados sulistas que haviam formado a Confederação, o segregacionismo racial era política de governamental, na região norte também havia um racismo enraizado, contudo no norte não houve leis extensivas é a segregação ocorria de forma “informal”. A legislação que permitiu a separação racial no Sul ficou conhecida como “Leis de Jim Crow”. Através das leis raciais os negros foram imputados de exercerem direito ao voto a terem igualdade em fazendas, empresas, ficaram proibidos de frequentarem bairros, escolas, hospitais, clubes, bares.

A partir de 1954 a movimentação e agitação política em torno da conquista da igualdade se avolumavam. O aparecimento de líderes inteligentes que conquistavam apoio das massas não somente de afro-americanos, mas também de brancos como Martin Luther King estava direcionando os Estados Unidos para uma situação histórica a onde apenas duas opções eram possíveis: iniciava-se uma era progressista com abertura á concessão de direitos iguais ou a sociedade estadunidense se encaminharia para uma fragmentação violenta.

Há resistência ao processo de dessegregação partia de organizações militantes pró-brancas desde á histórica e decadente Ku Klux Klan, até grupos surgidos pós 2° Guerra como Partido Nazista Americano liderado por George Lincoln Rockwell. Um dos mais poderosos opositores ao fim da segregação e a concessão dos direitos civis iguais para a comunidade afro-americana foi o governador do Alabama George Wallace pertencente ao Partido Democrata. Wallace fez da defesa do segregacionismo racial sua bandeira política, inúmeras vezes desafiou ordens do governo federal, negando a aceitar a presença de alunos negros na Universidade do Alabama, autorizou o uso de força bruta contra ativistas negros.

Bombardeio feito por supremacistas brancos á uma igreja batista negra na cidade Birmingham resultou na morte de 4 crianças em 1963, Marcha sobre Washington também em 63, a realização do discurso “I Have Dream” de Martin Luther King aumentavam a pressão política!

John Kennedy já acenava com receptividade aos Direitos Civis. Democrata Kennedy era bem visto politicamente entre os negros. Estabelecer uma lei para dar direitos civis já estava minimamente inserido em sua plataforma de campanha presidencial. Com sua morte em 22 de novembro de 1963 não o permitiu realizar esse projeto, mas coube ao seu vice à assinatura da lei.

Após a aprovação das Leis dos Direitos Civis, foi criada uma complementação que foram nomeadas de “Políticas Afirmativas”. O objetivo das chamadas políticas afirmativas era desmontar as históricas desigualdade em diversos ambientes sociais, garantindo igualmente de oportunidades. Políticas Afirmativas obtiveram resultados efetivos para alguns e duvidosos para outros. 

Foi à comunidade afro-americana a principal força motriz que conduziu a luta pela quebra das leis discriminatórias, que terminaram também beneficiando outros segmentos da sociedade. A aprovação da lei em reconhecimento universal aos direitos civis foi uma vitória e uma garantia que permitiu a milhões de pessoas juridicamente assumirem direitos previstos na Carta Magna. Não deve haver confusão, não houve a supressão do racismo unicamente pela aprovação de leis de direitos civis. A lei pelos Direitos Civis tem impacto histórico predominante na sociedade civil norte-americana, sem ele não havia sido eleito Barack Obama.  





Kassan 02/07/2014
1 de Julho de 1960 - Proclamação da República de Gana

O pan-africanista Kwame Nkrumah do Partido da Convenção do Povo é escolhido como primeiro presidente. O governo sob comando de Nkrumah seria conhecido como 1º república e se estenderia por 6 anos, marcado por políticas econômicas de orientação socialista, no campo diplomático apoiou independências nacionais africanas é integração continental e adesão ao movimento dos não-alinhados o período da 1° república terminaria após sua deposição através de um golpe militar.

Gana obteve o reconhecimento da independência nacional em 6 de março de 1957. Antes da independência Gana era nomeada de Costa do Ouro e estava sobre ocupação inglesa. Território Ganês esta localizado onde o floresceu o Império Ashanti.*

Dados atuais:
Capital: Accra
Território: 92.098 km ²
Regime político: Democracia constitucional presidencialista
Unidade monetária: Cedi
População: 24.652.402 (julho de 2012)
Religiões: Cristianismo (protestantes, católicos romanos, crenças tradicionais, Islã.
Hino: Deus abençoe Nossa Pátria Gana





Kassan 01/07/2014