Ku Klux Klan tem congênere no Brasil!

Nos Estados Unidos, antes do Movimento pelos Direitos Civis ganhar apoio das massas, havia uma prática rotineira de linchamentos de negros nos estados sulistas que formaram os Estados Confederados da América. Esses estados do sul havia uma histórica tradição racista que foi intensificada ainda mais após a derrota na Guerra de Secessão 1861 - 1865.  Em 1865 no Mississipi foi criado a Ku Klux Klan, organização cristã que carregaria um brutal ódio racial contra negros, logo os membros da Ku Klux Klan iniciaram práticas terroristas que se consistiam em fazer linchamentos de negros.


Os motivos para os linchamentos em muito eram baseados em motivações triviais, falsas, ou em acusações cujo objetivo era supostamente inibir um surto de criminalidade dos negros contra a comunidade branca. Não havia julgamentos, não havia direito a defesa. Quando capturados os negros eram torturados e depois enforcados em árvores para que ficassem visíveis para todos.  Era um clima generalizado de racismo que justificava violência.

Aqui no Brasil não estamos muito longe disso. Justamente na data de 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá, um adolescente negro foi acusado de cometer assaltados na Avenida Rui Barbosa, cidade do Rio de Janeiro foi pego por algumas pessoas, agredido, despido completamente e estando nu foi preso pelo pescoço em um poste em via pública, para que todos pudessem ver o ato de “justiça”, o jovem somente foi solto quando bombeiros cerraram a corrente que o mantinha preso. Nas redes sociais a ação foi por alguns louvada como uma justa “lição” dada ao jovem “trombadinha”, sobre a sentença de que bandido tem que apanhar...  Isso nos casos mais “leves”, por que para os casos mais “pesados” o certo e: “bandido bom e bandido morto”.

( Mas vale ressaltar que para esses mesmos moralistas justiceiros que tanto defendem essa noção é claro que a regra não se aplica á deputado dono de helicóptero que carrega cocaína, fazendeiro que usa trabalho escravo, políticos que desviam recursos públicos, etc).


Mesmo caso sendo responsável por furtos, não deixa de ser uma atitude brutal, pessoas se investem a si próprias de um poder autoritário que as permite conforme suas vontades espancarem e prenderem quem quiserem. Assim como no sul dos Estados Unidos de décadas atrás existe a mesma motivação em naturalizar as práticas de violência sobre corpos negros, para assim protegerem há “boa” sociedade. O certo seria denunciar o jovem á autoridade policial que o conduziria para averiguações, realizaria coleta de depoimento de testemunhas é vítimas e a partir disso fazer os trâmites legais previstos em lei, tudo conforme determina o Código Penal, Constituição Federal que garantem ao cidadão direito de defesa quando acusado de um crime. Caso confirmado à culpa, então que jovem arque criminalmente por seus atos. Mas a Ku Klux Klan versão brasileira que de tão cômoda nem sequer precisa usar capuz e lençóis, age livremente sem ser perturbada fazendo nas ruas a sua maneira aquilo que considera justiça. 

Simplesmente não precisamos desses justiceiros reacionário-racistas.  

Leia matéria – Jornal Extra






Kassan 03/04/2014

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