“Diga com quem tu fecha e te direi quem és!”

Sérgio Simão Dias, Cabo do Bope que também realizava trabalho como guarda costa do coordenador do Afroreggae, José Júnior, foi assassinato a tiros em um posto de gasolina na data de 09/02.  A motivação para o homicídio conforme apontam testemunhas e vídeos de câmeras teria sido uma briga de trânsito. Aníbal João Vicente apresentado como suspeito de ter efetuado os disparos que vitimaram o policial foi preso nesta última sexta-feira (14).

Segurança privada realizar por um agente policial ao coordenador do AfroReggae, serve para demonstrar a umbilical relação entre a ONG cultural com a polícia. Mas do que duvidoso, se sobressai o caráter venal essa relação cravada entre AfroReggae e o aparato policial. Contraditório como ao mesmo tempo em que se afirma lutar pelo ''bem'' da favela se alinha com uma força armada responsável por invadir e trazer assassinatos, abusos, terror para dentro das comunidades pobres.


AfroReggae é um cavalo de troia, inserido dentro das favelas, para vender a cantilena aos pobres do apelo da doutrina da cidadania sem controle de poder, pregando à enganosa crença na ilusão da ''inclusão é justiça social'' como via de solução social, quando na verdade essa dita “inclusão”, visa em prática aprofundar o indivíduo, sua comunidade a um modelo socioeconômico fadado por sua própria natureza intrínseca em exercer bruta exploração laboriosa de uma classe sobre a outra, portanto nunca conceberá igualdade de direitos, oportunidade para todos.


O AfroReggae destaca como seu principal objetivo lutar pela transformação social por meio da arte, cultura afro-brasileira, ignora por complexo as inerentes contradições estruturais das relações sociais entre classes, incluindo seus antagonismos de interesses históricos e irreconciliáveis. Fica acentuado que a aposta do grupo cultural e promover um milagroso colaboracionismo de classe, como manifesta em sua visão em construir elos entre pessoas de diferentes tribos, classes e regiões. Como se problemas sociais que afligem os favelados fossem ser resolvidos através de projetinhos artísticos é culturais em parcerias com oligopólios capitalistas. Basta ver a lista de “amigos” da ONG que incluem Organizações Globo, Banco Santander, Natura, Grupo Abril, mas a ONG conta também com ajuda estatal através do governo estadual do RJ e da prefeitura carioca.  Por esse destacado papel em serventia o AfroReggae é a ONG queridinha da classe dominante carioca, por isso tem seus trabalhos subsidiados  para agir em núcleos nos morros de Vigário Geral, Cantagalo, Parada de Lucas, Santa Marta.  O único caminho para se derrotar a violência provocada pelo narcotráfico, pela polícia, por milícias paramilitares, grupos de extermínios, deve se organizar as massas periféricas em comitês de autodefesa, autogestão essa missão histórica ultrapassa os limites políticos propostos pelas ONGs.

Mas o AfroReggae faz parte de um processo mais abrangente que está para além das fronteiras do Estado do Rio de Janeiro. O motivo dessa proliferação de ONGs a nível nacional nas favelas e comunidades pobres urbanas, não ocorre por casualidade, mas é sim um deliberado mecanismo que justamente surge com o objetivo em inibir a resistência popular autêntica. As ONGs não têm como finalidade combater a supremacia do domínio seja político ou ideológico das classes dominantes, mas introduzir um pacto de respeito a institucionalidade normativa da sociedade. Isso promove uma sabotagem na luta dos oprimidos e explorados, que são cooptados a substituir a ação direta por esperanças de mudanças através de migalhas de medidas compensatórias de gestões governamentais, aguardar o paternalismo dos ricos e poderosos. ONG abre uma vicissitude para a formação da consciência política e organizacional dos morros e favelas. A mídia corporativa não hesita em tecer elogios para ONGs, as exibindo como estivessem realizando uma revolução ''cidadã'' ordeira, pacífica que não coloca em xeque a estrutura capitalista, responsável pelo aprofundamento constante das disparidades sociais. 


José Júnior o coordenador do AfroReggae, é um lobo em pele de cordeiro, pela mídia corporativa é apresentado como um abnegado batalhador cultural é revestido com essa cobertura midiática positiva consegui reunir apoio para lançar uma cruzada contra Pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos dias. O coordenador do AfroReggae é o líder evangélico foram amigos íntimos por um bom tempo, mas a disputa por poder e influência de mediação dentro das favelas os colocou em posição de inimigos mortais. Com ajuda direta da TV Globo que com reportagens diárias no Jornal Nacional e dos grandes jornalzões da capital fluminense que publicavam interruptamente matérias de caráter inquisitório, José Júnior consegui montar um arco com várias acusações contra o pastor que incluíam estupros em  fiéis da igreja, até mesmo uma trama que objetivava sua morte foi ''descoberta''. Para sacramentar essa treta foi cometido um incêndio forjado no núcleo do AfroReggae no Complexo do Alemão, que foram suficientes para levar Marcos Pereira para o cadeia.  Sem inocentes na história, o Pastor Marcos Pereira, notório por seus supostos regaste de pessoas sentenciadas à morte pelos tribunais do tráfico, possuía relações nebulosas com várias lideranças do tráfico da qual prestava e recebia muitos favores.  Até mesmo chefões do tráfico, como Fernandinho Beira-Mar que mesmo estando em um presídio federal, apontaram que não passava de um ardil de José Junior o esquema por ele montado para tirar de Marcos Pereira da concorrência.  


Atualmente nas favelas cariocas, está sendo arquitetado e posto em prática pelo Governador Sergio Cabral e seu Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame a criação de uma estrutura militarizada de Estado policial, em uma  estratégia que lembra a Blitzkrieg nazista primeiramente vem os soldados do BOPE, com apoio dos caveirões blindados, helicópteros, exterminando tudo e todos que estiverem no caminho para finalizar a dominação militarizada se implanta a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). O projeto da UPP, já demonstra seus desgastes, ocasionado pela conduta policial presente. Avolumam-se as denúncias é relatos de abusos, violência cometido contra moradores, questão essa ignorada pela imprensa. O caso do servente de pedreiro Amarildo, sequestrado, torturado e executado por policiais, cujo corpo até hoje não foi encontrado, expõem que a pacificação e uma farsa. Mesmo diante desse terrorismo estatal, o AfroReggae sai beneficiado, com a expulsão parcial das facções criminosas, isso facilita sua penetração em locais a onde antes para atuarem deveriam pedir autorização para os patrões do tráfico. Como parceiro do BOPE, o AfroReggae não levanta a voz para contestar ou protestar contra as operações violentas dos caveiras que sempre terminam em chacinas.



Todas essas provas evidenciam como o AfroReggae tem selado uma cooperação carnal com as forças que mimam e oprimem a favela. 




Kassan 16/02/2014

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