50
ANOS DE UM SONHO, AINDA NÃO REALIZADO!
''Eu tenho um sonho''. Um dos mais potentes discursos já
realizados na história norte-americana e que sem dúvida extrapola os limites
das fronteiras do país da americano. 50
anos após o pronunciamento e preciso realmente fazer um balanço de avaliação. O
que mudará nos Estados Unidos em 50 anos. Com muito sangue e suor, muitas
barreiras foram jogadas ao chão, mais outras se mantiveram de pé.
Discurso foi feito durante a “Marcha sobre Washington”,
que reuniu dezenas de líderes, milhares de ativistas através de um propósito,
determinar uma base para se eliminar os problemas provocados pelo racismo.
Em 1963 os Estados Unidos era presidido por John Kennedy
que por seu aspecto progressista possuía muito apoio na comunidade negra. A princípio a administração Kennedy era
contrária a marcha, mais observando a possibilidade de ganho político, não
apenas concordou com a realização como também há apoiou abertamente.
O apoio estatal a marcha, provocou fortes críticas, entre
os mais ácidos opositores estava Malcolm X que na época ainda era um Ministro
da Nação do Islã. Segundo avaliação de Malcolm X, o apoio governamental a
marcha já a comprometia, não seria um evento autônomo em esforço a uma agenda comum
de interesses do povo negro, mais sim um gigantesco comício de associação aos
interesses do governo democrata. Na ocasião da realização da marcha, Malcolm X
estava em Washington, e nesse mesmo período e que se deu o único encontro entre
ele e Martin Luther King, nada programado uma coincidência casual, posaram para
fotos sorrindo e apertando as mãos. Apesar da cordialidade de cavalheiros, nenhum
dos dois líderes simpatiza com a filosofia e conceitos um do outro. Eram
antagônicos no que se referiam a idéias, estratégias e métodos de ação.
Contudo a realização de uma marcha com a grandeza de massa
significaria uma demonstração de força nacional do Movimento pelos Direitos
Civis. A questão da discriminação racial não poderia ser mais negligenciada.
Mesmo com todos os prós e contras a marcha foi realizada. Pessoas de
diversos lugares desembarcaram na capital estadunidense para marcar presença
para o momento histórico. De repente as ruas de Washington, foram tomadas por
um mar de pessoas, centenas de braços dados caminhando, faixas, cartazes,
músicas, todos exigindo o reconhecimento pleno de sua condição humana e a
garantia de seus direitos. Houve muitos oradores na marcha, mais
Martin Luther King foi o responsável por fazer o discurso mais potente. Já
vindo de experiências de liderança em boicotes e ações de desobediência civil
nos Estados sulistas, por ser reverendo Martin Luther King possuía uma
esplendida oratória, capaz de gerar eloquência a quem ouvia. Diante
de uma multidão de aproximadamente 250 mil pessoas, com ampla cobertura
jornalística, pronunciou suas palavras que ecoaram para todos os Estados Unidos
e pelo mundo.
50 anos após Martin Luther King ter manifestado seu sonho
de viver em uma nação a onde as pessoas não seriam julgadas por sua cor, mais
sim por seu caráter, muito se pode avaliar no que se mudou nos Estados Unidos. Se
por um lado foi eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, ainda
continua havendo uma violenta política de empobrecimento e aprisionamento em
massa do povo negro. Há acessibilidade a escolas, universidades não e mais um
tabu, no entanto e desproporcional o percentual de jovens negros que se foram
no ensino superior em comparação aos brancos. Não e mais permita a segregação
racial em estabelecimentos públicos e privados, ainda há por parte dos brancos
uma mentalidade racista não muda seu caráter discriminatório. Surgiram às chamadas “Ações Afirmativas”,
políticas específicas para eliminar as disparidades sócio-raciais, sendo
reproduzidas em diversos lugares do mundo, inclusive no Brasil. Consolidou-se
uma classe média negra endinheirada, alguns negros conseguiram ascensão
financeira e social, mais os guetos não sumiram, continuam a serem verdadeiros
campos de concentração raciais.
Os movimentos políticos negros considerados mais radicais
para democracia norte-americana tiveram uma repressão aguda, incluindo uso de
táticas de guerra psicológica. O consumo de drogas corrompe o tecido da
comunidade negra, alienado, destruindo muitas vidas jovens.
Desde o governo republicano de Ronald Reagan, foram cortados
investimentos em bem-estar social, provocando um abismo entre pobres e
ricos. A eleição presidencial em 2000, foi
marcada quando os votos de eleitores negros do Estado da Flórida, foram
descartados, isso possibilitou a vitória de Georg W. Bush. A catástrofe provocada pelo furação Katrina em
2005, colocou em dúvida a capacidade da maior potência capitalista do planeta
em lidar com a pobreza negra. Há crise econômica estourada em 2008 foi um
tremendo golpe na comunidade negra, postos de emprego sumiram, hipotecas
atrasadas levaram muitos a perda de suas casas, mais de tudo que possuíam. As
organizações racistas formam milícias fortemente armadas, apenas esperando o
momento para atacar.
Completa-se o quinquagésimo aniversário do discurso. Pode se
afirmar que o sonho de Martin Luther King não se concretizou. O capitalismo
mesmo no país mais rico da história humana não e capaz de abolir o racismo. O
regime político ao mesmo tempo em que reprimi, conduz por período de turno,
algumas figuras para transparecer ser democrático. Muito se pode compreender de
''Eu tenho um sonho'' e dele extrair energias necessárias para prosseguir na
frente de luta. Mais do que um objetivo nacional de apenas um único país e
tarefa histórica mundial estender a totalidade de todos os afetados, explorados
e oprimidos pelo racismo, discriminação étnica esse sonho de um planeta
livre.
Kassan 28/08/2013
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