Desavença entre Garvey e Du Bois

Através de uma explicação um tanto simplista a respeito das diferenças entre os dois líderes seria que Garvey defendia um independentismo racial, e Du Bois era partidário de um integracionismo racial.

Há diferenças também se estendem no que se refere a metodologia e formas de como a população negra deveria se libertar da opressão, Garvey acreditava e estimulava a criação de um sistema econômico, social independente para o negro, enquanto Du Bois, eventualmente solicitava a inserção do afro-americano na vida pública, social da sociedade norte-americana, posteriormente Du Bois se tornaria comunista.

Ambos os líderes, é claro, estavam interessados ​​na melhoria de vida da raça negra, mas mantinham agudas visões diferentes de como atingir seus objetivos, isso provocou uma acirrada disputa da qual não houve possibilidade de conciliação. 

Du Bois remetia a Garvey como uma ameaça significativa para o avanço de afro-americanos. Por sua vez Garvey considerava Du Bois um lacaio do homem branco, que nunca poderia entender o que ele realmente significava ser negro. Essa desavença entre os dois podem ser atribuídas aos antecedentes e experiências pela qual cada um teve no decorrer da vida.

Garvey era filho de um pedreiro na Jamaica. Sua filosofia de separatismo negro foi resultado de observações que acumulou durante várias viagens a trabalho por uma empresa multinacional que realizou entre países do Caribe, América Central. Marcus Garvey presenciou que as péssimas condições de vida em que eram submetido a população negra desses países necessitava de uma solução radical e o caminho para a mesma estava diretamente ligado a unificação racial e a constituição de uma nação independente.

Marcus Garvey sempre foi estimulado a dar importâncias da educação, foi até a Grã-Bretanha a onde pode aprimorar seus estudos, retorna a Jamaica e ao lado de apoiadores de suas ideias cria a UNIA (Universal Negro Improvement Association). Jamaica na época ainda era uma colônia inglesa, e o direito a organização política era restrita ainda mais para população negra, Garvey observa que os Estados Unidos oferecem condições melhores para o desenvolvimento do movimento nacionalista negro, ao deslocar-se para EUA, inicia planos em criar capítulos da UNIA por toda América, iniciou atividades de empreendedorismo como a criação da empresa marítima Black Star Line. Um detalhe marcante em Garvey era sua capacidade em se comunicar, tanto como orador, como escritor, tinha uma extraordinária forma de fazer sua mensagem ser compreendida até pelo negro mais pobre. Seus opositores o acusavam ser usar-ser de um populismo descarado com promessas impraticáveis.

William Edward Burghardt Du Bois abreviado para WEB Du Bois tinha um perfil cerebral. Nascido em Massachusetts em 1868 em uma comunidade em que o segregacionismo não era forte entre brancos e negros tinham uma convivência relativamente pacífica, Du Bois era um homem culto e educado, notório por ter sido o primeiro afro-americano a receber um doutorado pela Universidade de Harvard. Exerceu o cargo de professor de história, sociologia e economia na Universidade de Atlanta. Em 1903 publica o livro The Souls of Black Folk ( Alma de Gente Negra) que se tornaria uma referência na literatura e sociologia norte-americana. Suas pesquisas se tornaram um marco na teorização das relações raciais norte-americanas. 

Em 1905 WEB Du Bois participa como líder do Movimento Niagara, que preconiza a criação de uma organização para promoção dos direitos civis e eliminação de legislação de segregação racial. O movimento Niagara se opunha às políticas de alojamento e de conciliação promovidos por outros líderes afro-americanos como Booker T. Washington. O movimento Niagara extinguiu-se em 1909, no mesmo ano foi criado a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) com participação de Du Bois. A organização tinha como missão declarada garantir a igualdade política, educacional, social e econômica dos direitos de todas as pessoas e para eliminar o ódio racial e a discriminação racial.  Por seu perfil acadêmico, intelectual WEB Du Bois não tinha a popularidade sobre as massas.
Os objetivos da UNIA eram contrários aos da NAACP. Tornando o conflito entre as organizações inevitável e irreconciliável.

Os partidários da UNIA eram considerados excessivamente radicais, extremistas potencialmente perigosos para a comunidade afro-americana pelo risco que poderiam conduzir a população negra a um isolamento ainda maior na sociedade. Ideias separatistas seriam contrárias ao verdadeiro progresso. Para os integrantes da UNIA a NAACP não possui legitimidade política para agir na comunidade negra em devido que a mesma aceitava a colaboração de indivíduos brancos, acusavam na de ser servil ao home branco e elitista por estar distanciada dos mais pobres.

Um fato poderia significa uma ponte de união entre ambos, isso seria o Pan-africanismo. Ambos se consideravam Pan-africanistas apesar disso não conseguiam estabelecer pontos em comum para uma possível cooperação. Em 1921 houve a realização em Londres do segundo Congresso Pan-africano. Por influência de Du Bois foi aprovado resoluções em que se apelava para luta por garantia de igualdade racial. Por esse fato Garvey acusou WEB de subserviência o acusando de ser um traidor mascarado de ativista.

Através da imprensa lançavam ataques constantes um contra o outro. WEB Du Bois comemorou a deportação de Marcus Garvey dos Estados Unidos em 1922, após o jamaicano ser acusado de prática de fraude. Sem Garvey a UNIA se enfraqueceria e abriria espaço para o crescimento da NAACP. Posteriormente Marcus Garvey acusou Du Bois de participar do complô responsável por sua expulsão dos EUA.

Marcus Garvey foi desmoralizado intencionalmente e caiu em ostracismo na Jamaica, faleceu em 1940 após sofrer seguidos derrames, sem nunca conseguiu ir até a África.  WEB Du Bois prosseguiu com seu ativismo pelas décadas seguintes a frente da NAACP, após a 2° Guerra, simpatiza com o socialismo, aproximando-se do Partido Comunista. Sofre perseguição do governo norte-americano sobre suspeita de ser subversivo. Com idade avançada decide residir em Gana colabora com o governo de Kwame Nkrumah até seu falecimento em 1963.

Referências
Marable, Manning (2005), WEB Du Bois: Black Radical Democrat
Lomotey, Kofi (2009), Encyclopedia of African American education
Philosophy and Opinions of Marcus Garvey, Or,  Africa for the Africans





Kassan 24/08/2014


George Jackson, espírito revolucionário da Pantera Negra! 

George Lester Jackson nasceu em 23 de setembro de 1941, quando tinha dezoito Jackson foi considerado culpado pelo roubo de 70 dólares de um posto de gasolina e condenado a uma pena que poderia ter a duração de um ano de vida até prisão perpétua. 

Como exemplo que ocorreu com vários presos negros e na cadeia que George Jackson transforma sua consciência radicalmente. De prisioneiro alienado por um niilismo desiludido, encontra na causa revolucionária um significado e motivo para dedicar sua existência. A partir de então George Jackson até o momento de seu assassinato, escreveria seu nome como referência de luta e resistência. 

Em companhia de seu amigo e mentor político WL Nolen, Jackson funda a Black Guerrilla Family - BGF como uma organização auxiliar do Partido Pantera Negra para operar dentro do sistema prisional, objetivo era recrutar, politizar e preparar prisioneiros negros para transformarem os presídios em verdadeiras trincheiras, extensões das lutas radicais que ocorriam nas ruas. 

Prisão de Soledad, estado da Califórnia, no dia 13 de Janeiro de 1970, Nolen e outros dois prisioneiros membros da BGF  foram mortos a tiros por um guarda branco, durante uma briga. Poucos dias depois um júri decidiu que o guarda havia realizado um "homicídio justificável". 

Dias após a absolvição, um guarda da prisão foi mais tarde encontrado morto, esfaqueado George Jackson e outros dois prisioneiros, John Cluchette e Fleeta Drumgo, foram acusados do assassinato. Sobre a alegação de se trata de um crime de vingança pela morte de  WL Nolen.

George Jackson e seus companheiros de Soledad são perseguidos e suas vidas colocadas em risco. Para intensificar a opressão a Jackson ele e transferido para prisão de San Quentin, mas continua a fazer seu trabalho militante. Temerosos sobre os efeitos que a presença de Jackson poderia ter sobre outros prisioneiros a administração decidiu isolá-lo em cela solitária.  

Opressão ilegal sobre George e seus companheiros, originou a realização de uma campanha em defesa da libertação de todos do carcere, ficariam conhecidos como 'Irmão Soledad'. No comitê de organização da campanha estavam sua mãe Georgia Jackson e seu único irmão Jonathan Jackson, uma ativista envolvida na campanha era Angela Davis. Jackson e Angela manteriam um relacionamento amoroso. George sempre teve um relacionamento tumultuado por divergências com a mãe, uma mulher extremamente religiosa que não acreditava em radicalidade ideológica, ou lutas políticas revolucionárias, por outro lado George sempre via na mãe o perfil do negro alienado, conformado que preferiria viver em meio á ilusões do que romper com o sistema. Apesar das diferenças Georgia nunca negou amor maternal por ele, 

Em 1970 como esforço para libertação e publicado o livro ''Soledad Brother'' uma compilação de cartas escritas por George Jackson.  O livro e bem recebido pelo público e aumenta a pressão pela soltura. Jackson era um legítimo prisioneiro político mantido nas masmorras do complexo industrial-prisional. 

Em 07 de agosto de 1970, o Jonathan Jackson em parceria com outros militantes fazem uma ação armada que sequestra o juiz Harold Haley, a exigência para soltarem o juiz era em troca a liberação de George e dos demais irmãos Soledad. Antes que o pedido fosse atendido a polícia intervém na situação e inicia um tiroteio que vitima de forma fatal Jonathan, os outros integrantes assim como Harold Haley também morrem baleados. 

No ano de 1971, George Jackson seria submetido a mais um julgamento que poderia confirmar a continuidade de sua pena como perpetua ou poderia conceber sua liberdade. Mas um detalhe exercia peso considerável, o assassinato do guarda em Soledad. Se Jackson negasse envolvimento no justiçamento, correria o risco de sair com a fama de mentiroso desmoralizado, por outro lado se confirmasse a participação na morte, isso significaria que não haveria possibilidade de sair vivo da cadeia. 


Em 21 de agosto de 1971, George Jackson organiza uma rebelião em San Quentin com objetivo em reivindicar melhorias no tratamento aos prisioneiros e assegurar a garantia de direitos democráticos. Autoridades se negam a fazer qualquer tipo de acordo e ordenam um ataque, George Jackson armado com uma pistola e alvejado por um franco-atirador e morre no pátio da prisão. Para justificar o assassinato foi apresentada a versão de que Jackson estava em fuga. Em solidariedade o cantor Bob Dylan compôs uma música em homenagem a George Jackson, poucos dias após sua morte foi publicado o livro ''Blood in My Eye'', um composto de biografia com exposição de suas ideias e pensamentos. 


Kassan 21/08/2014


Celebração á Marcus Mosiah Garvey

Há exatos 127 anos nascia na Jamaica, Marcus Mosiah Garvey. Não faltam adjetivos para poder descrever sua vida e luta, um homem visionário, revolucionário. Fundador da UNIA, líder nacionalista negro, propulsor do pan-africanismo.

O anunciador de uma mensagem de uma nova era. As palavras de Garvey são os ensinamentos, as instruções para o caminho da autodeterminação, confiança, orgulho. Há cem anos Marcus Garvey e outros valorosos filhos da raça africana em sã consciência fizeram uma semeadura de uma inabalável fé no destino á liberdade de todos que carregam o sangue africano nas veias, criaram a UNIA. Para este legado deve haver herdeiros, muitos continuadores de seu sonho. Os sonhos em uma África e diáspora irmanada sobre uma gloriosa bandeira, símbolo de amor, união e vitória.

Em honra e respeito ao que sofreram os ancestrais sobre mãos algozes. Busca pela legítima justiça pelos abomináveis séculos de crimes contra a humanidade africana. Pela expulsão de todos os alienígenas parasitas que roubaram e ainda continuam a saquear as riquezas do continente que foi ventre da civilização humana. Reconhecermos o que Marcus Garvey ensinou em toda sua vida, lutar pela restauração e renascimento de milhões de pessoas oprimidas para novamente tornarem-se um grande povo.

 Sobre os passos de Marcus Garvey siga a marcha árdua, sinuosa na qual cada geração contribui ao máximo para seu andamento. Haverá a ofensiva de nossos inimigos e suas tentativas para impedir a evolução/revolução popular de libertação.

Nomes, ideologias políticas, filosofias, religiões, nacionalidades são superficialidades se comparado com a glória em sentir-se parte viva e continua de milênios de história. Marcus Garvey nunca pisou na terra natal de seus ancestrais, em vida jamais conseguiu ir até a África mesmo assim seu coração sempre o fez se sentir um africano e mesmo sem ter respirado o ar da África ele á defendeu como todo amor possível. Um sentimento soberano que o acompanhou até sua transição física.



Vida eterna para o Honorável Marcus Garvey!
Liberdade para Raça Negra!
Viva o Povo Africano!


Kassan 17/08/20014 

Black Star Line, busca pela independência econômica

Pelas condições tecnológicas da época a aviação ainda estava se aprimorando e não constituía um meio de transporte eficaz, com isso a navegação marítima continuava possuindo grande importância para interligar os povos, seja com transportes de pessoas, como para realização de  comércio. Atento a esse detalhe em 1919 Marcus Garvey utilizando a UNIA cria a Black Star Line uma empresa de navios a vapor. Na visão de Garvey, era imprescindível criar e desenvolver uma empresa neste setor para consolidar a busca pela autosuficiência econômica. A Black Star Line iria transportar desde pessoas á matérias-primas e produtos manufaturados feitos a partir de empresas negras na América do Norte, Caribe e África, tornando-se um elemento central na construção de uma economia global que atenderia o desenvolvimento econômico.


"Eles disseram que o negro não tinha iniciativa, que ele não era um homem de negócios, mas um operário, que ele não tinha o cérebro para projetar uma corporação, de possuir e gerir os navios, que ele não tinha conhecimento de navegação, portanto, a proposição era impossível. Oh! Homens de pouca fé. O Eterno que aconteceu." Marcus Garvey, sobre o lançamento da Black Star Line


Uma corporação fundada, dirigida pela comunidade negra em beneficio da própria comunidade negra era algo extramente visionário e ousado pelos padrões racistas da época. Para dar vida a Black Star Line, Garvey utilizou a organização da UNIA estabelecendo algo simples para captar recursos para e empresa.  As ações da Black Star Line inicialmente eram vendidas a 5 dólares, isso possibilitava que até negros que viviam com um nível de renda pequeno pudessem contribuir para o empreendimento. Entre 1919 e 1920, a UNIA arrecadou uma quantia de US$ 800.000 tendo capital suficiente para adquiriu o primeiro navio, o Yarmouth, uma embarcação de 30 anos de idade que havia sido utilizada pela última vez na Primeira Guerra Mundial como um cargueiro. Em seguida foram comprados o navio SS Shadyside que foi utilizado para passeios de verão e excursões e o Kanawha um pequeno iate destinado para o transporte inter-ilhas nas Índias Ocidentais e após ser comprado foi rebatizada de SS Antonio Maceo.


A partir de então tudo indicava um caminho glorioso e o alcance de uma era de prosperidade que iria modificar a vida de milhões de pessoas. A Black Star Line uma iniciativa significativa em prol do empoderamento econômico negro que poderia ser seguida por pela criação de outros empreendimentos em diversas áreas, uma prova da capacidade e determinação do Povo Negro em ser decisiva para salvar-se de um destino findado em pobreza, miséria.

O que era para ser um êxito, aos poucos foi transformando-se em uma perda devido a alguns fatores. Ainda não existia uma base econômica fortemente organizada dentro da comunidade negra, isso fazia com que a Black Star Line estivesse em um patamar maior da realidade em que estava inserida. Nos Estados Unidos principal país onde a UNIA tinha representação e onde a Black Star Line operava a comunidade africano-descendente ainda não possuía maturidade econômica. A pobreza generalizada vinda desde a escravidão era um fator de imenso desfavorecimento. Como não houve reparação pelos séculos de trabalho escravo fez com que a comunidade negra não possuísse capital para investir em seu próprio crescimento. As atividades econômicas em que negros estavam envolvidos era de agricultura familiar em pequenas propriedades no sul e comércio de pequeno porte e profissionais liberais na região norte.  A comunidade negra não era proprietária de grandes empreendimentos de manufaturas nem dispunha de massivo controle sobre atividade agrícola e industrial de grande produção.

No Caribe a situação ainda era mais desfavorável. Os países caribenhos tinham uma estrutura econômica ainda formalmente explorada pelas antigas metrópoles europeias. As elites políticas racistas impossibilitavam a mobilidade das massas negras. Tudo isso dificultava a realização dos negócios previstos para serem feitos pela Black Star Line. Ainda faltava aos  responsáveis pela administração da corporação a experiência e habilidade em gestão empresarial, havia também casos de corrupção e desvio de recursos e de sabotagem interna. A Black Star Line não teve a lucratividade suficiente para manter-se, iniciando uma falência.

O tiro fatal contra a Black Star Line foi executado pelo FBI (Federal Bureau of Investigation). Em 1922 agentes do FBI, sobre a chefia de J. Edgar Hoover prendem Marcus Garvey e diretores da companhia sob a alegação de fraude postal. Garvey e os demais integrantes detidos eram acusados de utilizaram o serviço de correio para continuar a vender ações da empresa, sabendo deliberadamente que a mesma estava em vias de concordata.

Garvey foi a júri ainda em 1922 como era jamaicano e não possui cidadania norte-americana foi julgado e sentenciado a ser deportado para a ilha caribenha e proibido de regressar aos Estados Unidos. Acima de tudo sua expulsão atendida um trabalho de enfraquecimento da UNIA, algo que realmente ocorreu. Após sua partida a UNIA em solo norte-americano entrou em fase de declínio, disputas internas de poder, infiltração de espiões pelo FBI, foram minando a influência da organização. A Black Star Line foi liquidada em 1922. 







Kassan 15/08/2014

Cruz Negra - força de auxílio da UNIA

Para melhor distribuir suas atividades, funções a UNIA criou forças auxiliares que serviam como extensões especializadas para desempenho de determinadas tarefas. Uma dessas 

extensões criada foi a Cruz Negra que ficou responsável por realizar trabalhos na área de enfermagem. A organização foi modelada na Cruz Vermelha. 

Cruz Negra era formada unicamente por mulheres. As enfermeiras tinham a obrigação de possuírem uma exemplar conduta cívica para melhor realizar o trabalho em atenderem os 

bairros negros. A Cruz Negra além de atuar na enfermagem também ministravam cursos de prevenção de doenças, primeiros socorros, higiene pessoal, cuidado com enfermidade. 

Foi um trabalho muito importante, pois era raro as comunidades negras contar com auxílio da assistência médica governamental.  

A organização de enfermagem possibilitou o protagonismo ao sexo feminino, uma aspecto progressista considerando os conceitos da época que negavam as mulheres direitos e 

as reduziam apenas a realização de trabalhos domésticos, a Cruz Negra se tornou um atrativo para muitas mulheres participarem da UNIA. 




 (Passeata das enfermeiras da Cruz Negra)
 (Foi um grupo importante no interior da U.N.I.A para atrair a presença feminina)


Kassan 11/08/2014

Felicitação para independência da Jamaica! 

Terra natal de Marcus Garvey, completa em 6 de agosto 52 anos de independência nacional.  Ilha localizada no Caribe que ao longo dos séculos foi colonizada inicialmente por espanhois em seguida por ingleses. 

Jamaica é uma história de terror e resistência. Destino doloroso de milhares de africanos sequestrados de seus lares para serem escravos em plantações de cana de açucar. Mas também registra a bravura guerreira dos africanos nunca submissos ao cativeiro, que unidos guerrearam pela liberdade e ergueram os Maroons (quilombos) para viverem livre do açoite. 

Povo Africano na Jamaica teve uma Rainha ashanti, sábia e resistente, líder grandiosa Nanny. Jamaica de heróis cujo os nomes a história apagou, que teve no mártir Paul Bogle exemplo cuja a vida e morte foram dedicadas á libertação do povo. 

Jamaica que nos deu a vida nosso honorável Marcus Garvey. Terra que nos brindou com melodia e poesia do Reggae que fez Bob Marley um mensageiro do amor e da paz. Ilha de onde nascem os rastafáris que nos ensinam a não esquercermos de nossos ancestrais e sonharmos com o reino unido da África. 

Viva Jamaica! 
Terra dos bravos! 




Kassan 06/08/2014


Agosto Negro, mês de Garvey e UNIA

No mês de agosto celebrasse duas datas importantes que estão interligadas: o nascimento de Marcus Mosiah Garvey, nascido na Jamaica em 17 de agosto de 1887 e o centenário da fundação da UNIA-ACL (Universal Negro Improvement Association - African Communities League) organização liderada pelo próprio Garvey.

Marcus Garvey firmou seu nome na história por sua extensa contribuição á luta pela libertação dos povos africano-negros. Um líder de feitos históricos cuja importância deve ser reconhecida, respeitada e venerada. A UNIA-ACL idealizada, fundada e liderada por Garvey foi a mais importante organização sociopolítica da diáspora africana do século XX.

Garvey-UNIA-ACL foram responsáveis diretos por modular um processo de reconstrução da consciência das massas negras, apesar dessa significativa importância na contemporaneidade existe um desconhecimento sobre a trajetória de Marcus Garvey como também da UNIA, isto se configura em um grande erro que necessita ser corrigido.

Como este blog defende acima de tudo a necessidade do conhecimento sobre a história, vamos no decorrer do mês de Agosto dedicar a manter viva a memória de grande Marcus Garvey e da grandiosa UNIA.


Kassan 02/07/2014