Presos da Califórnia organizam greve de fome em massa.
Este protesto foi desencadeado por centenas de presos da prisão estadual de Pelican Bay sujeitos a condições desumanas de prisão solitária nas Unidades de Alojamento de Segurança [SHU]. Embora estes presos tenham recomeçado a aceitar alimentos na terceira semana de Julho, milhares de presos noutras prisões da Califórnia também iniciaram uma greve de fome em defesa das reivindicações de Pelican Bay, que também partilham: alimentação adequada e roupas quentes, o fim da prisão solitária quase total durante décadas e dos castigos coletivo, chamadas telefônicas e fotografias e mesmo o direito a terem calendários para contabilizarem o tempo nas suas celas sem janelas.
Em suma, a reivindicação deles é serem tratados como seres humanos.
Embora tenham conseguido algum sucesso e as reivindicações centrais tenham sido reconhecidas pelo Departamento Californiano de Correção e Reabilitação (CDCR), há uma grande preocupação em que autoridades prisionais possam retaliar individualmente ou contra grupos de presos, famílias de presos ou os seus advogados e representantes.
Os EUA são uma fortaleza global de injustiça. São famosos pelos seus campos prisionais, de Bagram no Afeganistão a Abu Ghraib no Iraque e Guantánamo em Cuba, onde milhares de cativos são sistematicamente torturados e sujeitos a abusos extremos. Os navios norte-americanos continuam a funcionar como centros de tortura no mar. Além disso, Washington é líder mundial na subcontratação da repressão, continuando não só a «entregar» os seus cativos a governos aliados para serem torturados, e por vezes mortos, como também a apoiar e freqüentemente a controlar regimes que encarceram, torturam e assassinam numa escala em massa para pôr fim a movimentos que ameaçam o domínio imperialista.
O outro lado da moeda é o que os governantes norte-americanos fazem às pessoas na sua própria «pátria». Embora aí o número de presos políticos seja muito menor que nalguns países debaixo das botas norte-americanas, combatentes da liberdade como o líder nativo-americano Leonard Peltier e o jornalista e militante do Partido Pantera Negra Mumia Abu Jamal são mantidos em calabouços durante décadas como vingança pela revolta de massas dos anos 60 e como aviso para as pessoas de hoje.
Porém, a repressão contra as pessoas comuns dos EUA que não são presos políticos não é menos reveladora da natureza fundamental do domínio imperialista norte-americano. Com 2,3 milhões de pessoas atrás das grades, os EUA têm não só o maior número de presos do mundo como têm de longe a maior percentagem da população na prisão. A China está em segundo lugar em comparação com os EUA, com 1,6 milhões de presos, embora tenha mais do quádruplo da população. A maioria dos presos norte-americanos são negros e hispânicos, muito mais que a sua proporção na população, refletindo a opressão dos povos minoritários dentro dos EUA, bem como a repressão contra as pessoas pobres em geral. Em Washington DC, três em cada quatro jovens negros irão provavelmente passar algum tempo na prisão, enquanto noutras grandes cidades norte-americanas 80 por cento dos jovens negros têm atualmente antecedentes penais.
Serviço Noticioso Um Mundo a Ganhar.
Kassan 14/07/2011
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