Thomas Hagan autor confesso dos disparos que mataram Malcolm X, em 1965 será libertado após quase 4 décadas e meia de prisão. Esta informação foi confirmada pelo porta-voz da secretaria penitenciaria de Nov York. Thomas Hagan era o último envolvido com o assassinato de Malcolm X que ainda esta em cárcere. Os dois cúmplices de Hagan que participaram da ação receberam liberdade condicional nos anos 80.
(Foto atual de Thomas Hagan)
Em 1965 Thomas Hagan era um assíduo membro da Nação do Islã, e utilizava o nome de Talmadge X Hayer. Apesar de Malcolm X ter sido um líder fundamental para o crescimento do movimento mulçumano negro, e conseqüentemente da própria Nação do Islã, Hagan o considerava, um grande traidor por ter renunciado aos ensinamentos de Elijah Muhammad, e de ter buscado um caminho diferente na luta pela emancipação do Povo Negro. Após ter saído da Nação do Islã, Malcolm X realiza a Hajj, a peregrinação dos mulçumanos a cidade sagrada de Meca, a onde se converte ao Islã de base sunita. Com seu regresso a América realiza sucessivas criticas e denúncias contra os desvios morais e os pensamentos político-religioso de Elijah Muhammad. Com o aumento de sua popularidade de Malcolm X, os planos para matá-lo foram sendo articulados. Em 1965 cria ao lado de outros mulçumanos dissidentes da Nação do Islã um grupo denominado “Mesquita Mulçumana Inc”, mais visualizando a necessidade de expandir a luta para população negra não-islâmica, ajuda a fundar a Organização da Unidade Afro-Americana, uma entidade de caráter não religioso que defendia um nacionalismo negro com inspirações socialistas.
Para Thomas Hagan, a trajetória que Malcolm X tomou revelava que ele se comportava como um escravo usado pelo homem branco, para dividir o Povo Negro em sua marcha pela redenção. Em 21 de fevereiro de 1965 o então Talmadge X Hayer unidos a outros quatro integrantes da Nação da Islã , sendo que apenas dois foram reconhecidos pelos nomes de Norman 3X Butler e 15X Thomas Johnson, foram até o Audubon Ballroom a onde Malcolm X executaria um discurso para um platéia de 400 pessoas. Como não foi feito revistas antes da entrada os assassinos conseguiram entrar com armas debaixo das roupas. Ao iniciar o discurso começou um distúrbio nas fileiras a onde se encontra o público os seguranças de Malcolm X foram até o local para verificar a confusão, e foi quando Thomas Hagan, aproveitando que Malcolm estava desprotegido e sacou a arma que tinha e realizou a sessão de tiros a queima roupa que vitimaram Malcolm X, toda ação foi acompanhada pela esposa do líder mulçumano Betty Shabazz e filhas de que se encontravam na primeira fileira do teatro. Após os disparos os guarda-costas e a multidão conseguiram imobilizar os atiradores até a chegada de polícia. Quando o resgate médico chegou ao local Malcolm X não estava mais vivo.
Durante o período em que esteve preso Thomas Hagan, conseguiu obter diploma de sociologia. Ao mesmo tempo que afirmava lamentar ter matado Malcolm X, solicitou 16 vezes pedidos de liberdade condicional, que foram negados pela justiça. Após ter o caso revisado, foi aprovado sua libertação por boa conduta. Atualmente Hagan não pertence a Nação do Islã, mais continua a ser um mulçumano. Os outros comparsas identificados Norman 3X Butler que hoje usa o nome de Muhammad Abdul Aziz, e 15X Thomas Johnson conhecido atualmente como Kahlil Islã ganharam liberdade em 1987.
(Malcolm X morreu no mesmo local)
A notícia de libertação de Thomas Hagan, provocou reações de oposição por parte dos partidários e apoiadores de Malcolm X. O porta-voz da Comissão de Comemoração de Malcolm X Zayid Muhammad, afirmou que o responsável crime cometido contra o líder revolucionário, não deveria ter saído da prisão. Outra entidade como o Centro Memorial Malcolm X Betty Shabazz, preferiu não dar declarações públicas sobre o ocorrido.
"As únicas pessoas que realmente mudaram a história foram as que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos."
(Malcolm X- El Hajj Malik El Shabazz)
Um comentário:
Foi baste útil as informações desta postagem. Obrigado.
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