O temor de uma África do Sul nuclearizada governada por negros!

Por que um país ''voluntariamente'' desmantelaria suas armas nucleares que consumiram anos e bilhões de dólares para serem desenvolvidas? Esse questionamento vai direto para a África do Sul.

África do Sul e o único país no continente africano a possuir controle sobre tecnologia nuclear. O país possui a única usina nuclear do continente africano, Central Nuclear Koeberg, cuja construção se iniciou em 1976 e foi terminada em 1984. Em 1982 ainda durante a construção a instalação da usina foi atacada por combatentes do Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação) ramificação guerrilheira do CNA (Congresso Nacional Africano). O desenvolvimento do estágio tecnológico nuclear do país foi alcançada devido a cooperação com Israel, os governos de ambos os países durante as décadas de 1960, 70,80 fecharam uma parceria nessa área, os israelenses forneceram combustível nuclear aos sul-africanos.

O programa nuclear sul-africano permitia que o país tivesse o controle das etapas de enriquecimento de urânio, com isso a confecção de um artefato nuclear se tornou viável. Apesar de publicamente negado por autoridades sul-africanas, foi exatamente isso que o governo da minoria branca realizou, aproximadamente 6 ogivas nucleares foram produzidas. Além das armas nucleares, houve também o esforço em capacitar à defesa militar com mísseis balísticos. Há África do Sul na época da Guerra Fria, por sua posição geográfica no continente, correspondia como um importante aliado estratégico no combate a proliferação de governos socialistas nos países vizinhos. Mantendo essa destacada posição de gendarme associado ao imperialismo, portanto não ocorreu por parte dos Estados Unidos, Inglaterra, oposição ao empenho do regime segregacionista em dispor desse poderio bélico. 

Essa situação se alterou a partir da metade da década de 1980. Com a eleição de Frederick De Klerk a presidência com um discurso reformista, pregando a distensão gradual do apartheid, já prevendo como inevitável a continuidade das bases do regime racista e temorizando a futura democratização política que colocariam os negros no poder, a cúpula das Forças Armadas decidiu por uma resolução em que todas as ogivas nucleares seriam desativadas e os mísseis balísticos desmantelados.

Uma nova África do Sul, governada por negros é possuindo armas nucleares e  mísseis balísticos não era aceitável para o futuro. Antes que se finalizasse o processo de término oficial do segregacionismo, toda a infraestrutura militar foi liquidada, ogivas desativadas e os mísseis balísticos desmontados completamente e suas peças destruídas. Nelson Mandela foi libertado em 11 de fevereiro de 1990. Em julho de 1991 Frederick De Klerk apressadamente assina a participação sul-africana para integrar o Tratado de Não Proliferação de Armas (TNP) e depois o governo ainda assinou um acordo de salvaguardas abrangente com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Ainda nos esforços em evitar qualquer tentativa futura de próximo governo Sul-Africano em reestruturar o país novamente com armas nucleares, o regime de apartheid promulgou a maior parte da legislação de auto-restrição na forma de "Lei de Não-Proliferação de Armas de Destruição em Massa", essa legislação estabeleceu a criação de um conselho nacional para controlar as exportações de materiais, equipamentos e tecnologia militar.

Frans Cronje, vice-presidente do Instituto Sul-Africano de Relações Raciais, um think tank com sede em Joanesburgo, argumenta decididamente: "Um Estado Africano nuclear exerceria um papel de liderança mais forte, algo que obriga outros governos a conceder um tratamento com mais seriedade em questões político-diplomáticas. Não podemos negar o poder nuclear é o poder dissuasivo mais efetivo em nosso mundo contemporâneo."


Nota do Blog*

Uma nação negra nuclearizada seria excelente, pois seria um contrapondo ao sistema mundial de poder ''branco''. Os demais países não-brancos a possuírem armas nucleares, China, Coreia do Norte, Índia, Paquistão, economicamente e politicamente não objetivam contestar ou alterar o sistema mundial de poder branco.



Kassan 07/12/2013 

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