Miss Israel 2013 é Etíope

Apesar da crescente onda de racismo é xenofobia contra imigrantes de origem etíope, o concurso Miss Israel, escolheu Yityish Aynaw, como a representante da beleza do país. Nascida na Etiópia, imigrou para Israel junto com seus pais. A jovem de 21 anos trabalhava em uma loja de roupas, descoberta por um agenciador de modelos, a moça nunca tinha participado antes de nenhum concurso de beleza ou desfile. Em sua fala para os jurados, usou um discurso, onde ponderou a necessidade da coexistência pacífica, compreensão, diálogo e respeito à diversidade, citando Martin Luther King, como exemplo. Agora ela representará o país judaico, no concurso de Miss Universo.



A vinda de judeus etíopes para Israel, conhecido pela denominação ''Beta Israel'' ou por  "falashas’’, iniciou-se quando as Forças de Armadas de Israel, lançaram a ''Operação Moisés'' que resgatou aproximadamente 8000 judeus que saíram da Etiópia, para campos no refugiados no Sudão e que se encontraram em situação de risco, devido as perseguições religiosas e pela crise humanitária causada pela fome. Em 1991 foi organizada a ''Operação Salomão'' que transportou mais 14 mil etíopes até o território israelense. Após a chegada a Israel, os refugiados tiveram uma  adaptação a sociedade extremamente problemática, por conta da discriminação que passaram a receber em todos os níveis, dificuldade na aprendizagem do idioma, subemprego ou emprego com menores remunerações, falta de assistência médica, baixa acessibilidade a educação de qualidade etc. 





O que isso implica a vitória de uma mulher negra como Miss Israel? Nada, absolutamente nada.  Uma distração para desfocar a atenção no verdadeiro germe fecundador do ascendente racismo que envolve a sociedade israelense. Deve se creditar ao sionismo, a responsabilidade por esse clima hostil em voga, sendo essa a ideologia sustentadora da criação do próprio Estado de Israel. 

O sionismo que em sua evolução de que movimento de “repatriação” da diáspora judaica, tornou-se uma corrente política de posição colonialista e pertinentemente apta a adoção de idéias racistas. O tratamento sub-humano que os sionistas, dedicam aos palestinos já demonstra a natureza irascível atual do sionismo, portanto a discriminação contra os etíopes é consequência do sistema político hegemônico vigente, que apesar de praticarem o judaísmo não são considerados como sendo parte do “povo eleito”. A pele negra, cabelo crespo não condiz com as feições da “raça especial” escolhida por deus, conforme previsto pelo extremismo sionista que mescla falsificações históricas com justificativas retiradas nos livro da Torá, Talmud, para assegurar a validade de sua crença.  


Casos abertos de discriminação, expuseram a presença do racismo, sendo alguns deles partido por parte do próprio poder estatal, como por exemplo, a descoberta de que os postos de coleta de sangue descartavam as doações de etíopes e seus descendentes por considerem de que estavam contaminados com AIDS/HIV.  Em função desse racismo, tem provocado constantes manifestações de repúdio por parte dos Beta Israel, muito das quais foram reprimidas violentamente pela polícia. Mesmo diante desse cenário opressivo, que tem se fortalecido, devido eleição de políticos de partidos de direita é extrema direita, paulatinamente já se organiza uma resistência social com objetivo de interceptar a barbarização racial, tendo recebido a solidariedade de setores democráticos e progressistas.














Kassan 02/03/2013 


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