Thomas Sankara Presente!



Em 15 de outubro de 1987 era assassinado a mando do imperialismo é neocolonialismo Thomas Sankara.





Durante um curto período de 1983 a 1987, Thomas Sankara liderou um dos governos mais revolucionários da África. Militar de carreira, Thomas Sankara chegou ao poder após uma insurreição em 1983. A partir dessa etapa o país até então batizado pelos colonialistas franceses de Alto Volta, efervesceu em uma fase revolucionária popular.


Thomas Sankara foi empossado como Primeiro-Ministro, formando o Conselho Nacional para a Revolução, tendo ele mesmo como líder maior. Para consolidar o processo revolucionário em curso foram estabelecidos, os chamados Comitês de Defesa da Revolução, para mantiverem as massas mobilizadas em torno do programa de mudança social.
Em 1984 como forma de se livrar do estigma da opressão colonial, Thomas Sankara decide alterar o nome do país para Burkina Faso, que literalmente significa “Terras dos Homens Íntegros’’. Para demarcar que seu governo não seria servil a nenhuma forma de dominação estrangeira, manifesta abertamente o conteúdo do processo político de  Burkina Faso:


“Nossa revolução em Burkina Faso baseia-se na totalidade das experiências do homem desde o primeiro sopro de humanidade. Queremos ser os herdeiros de todas as revoluções do mundo, de todas as lutas de libertação dos povos do Terceiro Mundo. Tiramos as lições da revolução americana . A revolução francesa nos ensinou os direitos do homem. A grande Revolução de Outubro trouxe a vitória para o proletariado é tornou possível a realização da Comuna de Paris os sonhos de justiça.”



Surge um governo revolucionário!

De início seu governo foi caracterizado pela adoção de medidas progressistas em defesa das mulheres, tradicionalmente a opressão ao sexo feminino prevalecia como elemento cultural enraizado nas comunidades tribais. Como forma de dar fim a essa situação a prática de circuncisão feminina foi considerada ilegal, sendo abolida, os relacionamentos poligâmicos é casamento forçados também foram proibidos, houve a criação de uma educação de instrução no uso de métodos anti-contraceptivos, seu governo teve o mérito de ser o primeiro a reconhecendo a necessidade de prevenção do contagio da AIDS/SIDA, foi lançado campanha educativa.


Thomas Sankara justificou essa política revolucionária:

“A revolução e a  libertação das mulheres andam juntas. Nós não falamos de emancipação das mulheres como um ato de caridade ou por causa de uma onda de compaixão humana. É uma necessidade básica para o triunfo da revolução. As mulheres ocupam a outra metade do céu. Nós não podemos transformar a sociedade, mantendo a dominação e à discriminação contra as mulheres, que constituem mais da metade da população.”


Uma nova sociedade se formava, destruindo os pesos que a atrelavam a um passado ruim. Uma cultura ricamente humanitária  que colocava o bem-estar do coletivo emergia, demolindo a cultura de medo, morte colocada pelos grilhões dos franco-colonialistas.

As massas populares foram convocadas a serem protagonistas da luta nacional pela conquista da soberania é autodeterminação. Centralizando seu governo em uma plataforma socialista, Thomas Sankara iniciou a nacionalização de empresas estrangeiras, de setores estratégicos, problemas antes ignorados foram colocados como prioridade de política de Estado. O governo revolucionário para combater a taxa de analfabetismo, lançou um enorme programa de alfabetização massiva que obteve elevados resultados em pouco tempo. Na questão fundiária foi desenvolvida uma reforma agrária para extinguir o latifúndio, ocorreu à distribuição de terras aos camponeses que se organizaram em propriedades coletivas, a extensa reforma agrária foi concebida com objetivo de permitir a conquista da auto-suficiência alimentícia, reduzindo os índices de fome é subnutrição.   





Como forma de eliminação da corrupção, Sankara lançou medidas de austeridade a serem seguidas por funcionários públicos é todos envolvidos na administração estatal, cortou uma série de benefícios é regalias. Fez de sua conduta um espelho, reduziu seu próprio salário.  A ampliação da infra-estrutura do país também foi posta em trabalho, modernizar o sistema de transporte é comunicações para interligar a nação. A melhoria das Forças Armadas seria feita para manter o país bem protegido as ameaças externas, um aparato militar que estivesse em compatibilidade com os sentimentos populares é que não fosse uma casta de verdugos fardados, repressores da classe trabalhadora em suas lutas reivindicativas. 


Como líder destacado denunciou de forma veemente, a usura contida nas relações que as nações européias mantinham com os países africanos, mesmo após a independência das colônias. Em contestação aberta questionou a necessidade do pagamento dos abusivos valores da dívida externa por parte da África a suas antigas metrópoles, apresentando que os africanos não deveriam fornecer suas riquezas para as burguesias européias parasitárias é sim utilizar sua seus recursos como instrumento de crescimento econômico em combinação com justiça social. Devido a esse caráter e similaridade ideológica socialista  é anti-imperialista logo recebeu a alcunha de “Che Guevara” da África. Sendo um admirador confesso da experiência revolucionária Cubana, estreitaram os laços com Cuba, ambos os países passaram a cooperação mútua.  


Amplamente solidário a luta de todos os povos contra o imperialismo, considerava a África o elo fraco do imperialismo é identificava nos povos africanos toda a potencialidade necessária para que os mesmos se integrassem com força fundamental as fileiras da revolução mundial socialista que destruiria a estrutura de poder capitalista.  Exemplo reconhece os esforços do povo Saharaui pela conquista da independência em relação ao Marrocos.




Considerava o Pan-africanismo o movimento que promoveria a simultânea unidade é libertação da África. Fez brilhantes intervenções Sua percepção internacionalista foi constata em 04 de outubro de 1984 na ocasião a reunião da Assembléia Geral da ONU, Sankara discursou mencionando que:

"Nossa revolução em Burkina Faso é aberta ao sofrimento de todos os povos. Ela também tira a sua inspiração a partir das experiências dos povos desde os primórdios da humanidade''.



Um revolucionário no caminho do imperialismo!

Os êxitos de seu governo de Thomas Sankara serviram para apontar um caminho viável a África que passaria longe da subordinação ao neocolonialismo. Povos sendo capazes de erguerem sua autodeterminação, conquistando pela suas próprias forças todo o desenvolvimento próspero. Tamanho ápice revolucionário entrou em choque aberto é direto com o imperialismo, especialmente o Francês.



Logo se articularam forças oposicionistas ao regime popular burkinense, líderes tribais que tiveram seu prestígio arruinado, oficiais militares de alta patente é integrantes de seu próprio gabinete tramaram a derrubada de Thomas Sankara. Com apoio iniciaram-se as sabotagens é ações desestabilizadoras. As pressões contra Thomas Sankara foram sendo alimentada, a insubordinação nos quartéis se intensificava, mantendo o governo pressionado.  


Após o detalhamento de um plano, os golpistas agem sobre o comando de Blaise Compaoré, que era membro do governo desde o início. Esse ato de traição foi consumado tendo recebido todo o suporte por parte da França. Thomas Sankara é um grupo de seguidores tentaram resistir à investida contra-revolucionária, mas sem força organizada necessária o golpe reacionário prevalece. Como forma de destruir os alicerces do regime revolucionário popular, Thomas Sankara tem sua morte decretada, sendo executado é seu corpo foi desmembrado. 


Em sequências de tempo, Blaise Compaoré desfaz as medidas introduzidas durante o período de Sankara, o governo títere dos interesses neocolonialistas atrela Burkisa Faso à completa submissão aos ditames do Banco Mundial, FMI os níveis de pobreza que antes estavam a serem combatidos, aumentam aceleradamente, lançado as massas em uma miséria de extremo opróbrio.   



Eterno comandante!


O governo de Thomas Sankara foi à última experiência revolucionária no continente Africano, sua morte foi o inicial de um processo que arrastaria a África em um período catastrófico. Eventos como a política de traição conduzida por Eduardo Santos em Angola, a postura oscilante de Robert Mugabe perante o imperialismo britânico, a subida do SWAPO ao poder na Namíbia após a finalização da guerrilha, a transição conservadora que levou ao fim ''formal'' ao Apartheid na África do Sul, desestabilização do governo da Frelimo após a morte de Samora Machel, o genocídio Tutsi, a ascensão da  ditadura de Charles Taylor, a violenta guerra civil em Serra Leoa, o agravamento do conflito no Congo causando o deslocamento de milhões de refugiados, o esfacelamento do Estado nacional na Somália, esses fatores deterioraram em muito as condições de vida dos povos africanos, isso abriu largo espaço para o recrudescimento da ofensiva neocolonialista a rapinagem foi intensifica em meio a inexistência de uma resistência adequada.



Thomas Sankara faz parte de uma seleção de líderes leais a libertação da África. Homem revolucionário no sentido mais íntegro, sua vida, crença e sua morte representam aquilo que o continente africano possui de melhor. Uma África que se levanta gigante de seu poder. Nessa exata data devemos nos lembrar de Thomas Sankara, apoiando e confiando sempre em uma África maior e melhor a todos os povos que nela vivem milenarmente.





Kassan 15/10/2012 

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