Uma Breve História das Amazonas do Daomé 


As amazonas do Daomé (hoje Benin) foram mulheres guerreiras do reino de Daomé, nos séculos XVIII e XIX. Inicialmente eram encarregadas de deveres de guarda no palácio real, em seguida, sob o rei Agadja, foram introduzidas em combate. Em seguida houve um aumento da importância desse destacamento de guerreiras, chegando a constituir um terço do exército. As amazonas do Daomé eram mulheres altas é fisicamente fortes, rigidamente disciplinadas. Elas utilizavam como vestimentas uma túnica é um par de calças na altura do joelho e usavam diversas armas, incluindo espadas curtas, adagas, machados, arcos e lanças, no século XIX foi adicionado aos seus utensílios de luta até mesmo armas de fogo. Além de participar diretamente dos combates, também realizavam tarefas de carrasco, fazendo execuções de prisioneiros.

Com a conquista do Daomé pelas forças francesas em 1882, ocorreu o término da existência das Amazonas africanas. A última Amazonas de Daomé faleceu no ano de 1979.






Kassan 28/03/2013



Os 10 anos de Seppir


Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial a Seppir chega a 10 anos de criação. Um órgão criado na esteira da Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia, ocorrida em 2001, como forma de consolidar o compromisso do Estado brasileiro, com as medidas então apresentadas no encontro. Qual balanço que pode ser feito nessa primeira década de existência da Seppir?


Com função de coordenar a implementação das políticas públicas com objetivo de combater as práticas de discriminação racial, desenvolvendo condições que permitam a eliminação das disparidades socioeconômicas entre grupos raciais que compõem a sociedade. Portanto sendo responsável por gerir as políticas afirmativas que permitam à população afrodescendente o cumprimento de seus direitos civis, humanos, garantindo a acessibilidade a serviços essenciais como assistência médica, direito ao ensino além da preservação e valorização do patrimônio cultural de origem africana.

Desde sua formação tem um traço marcante, seu trabalho tem uma abrangência limitada devido ás específicas condições políticas. Uma das características principais da secretária que tem sido demonstrado é sua impotência, visivelmente percebível, diante a qual muitos de seus projetos quando forçados a não serem incrementados são modificados de tal forma a evitar ocorrência de atritos com outras áreas do próprio governo ou com interesses privados. Seu parco orçamento e outro fator que restringe a gama de suas ações.

A primeira a assumir seu comando foi Matilde Ribeiro, militante de longa data do movimento negro, que teve sua imagem destroçada em meio a fúria dos ataques da oposição que então na época, buscava qualquer brecha para tentar fragilizar o governo Lula. Matilde foi linchada sumariamente por velhos escroques da política nacional que em conluio com a grande mídia promoveram um imenso estrépito em circunstância de determinados gastos com os cartões coorporativos, uma miaria se comparado aos custos de um (ocioso) parlamentar gera aos cofres públicos. Deixada a deriva pelo Planalto, foi demitida do cargo. Assumindo em seu lugar Edson Santos que ficará de 2008 até 2010, sendo substituído em seguida por Eloi Ferreira Araújo que ficará menos de um ano como ministro, e então desde 2011 tem a frente da pasta Luiza Bairros, antigo quadro do Movimento Negro Unificado (MNU) Baiano. Luiza Bairros também exerce a presidência do CNPIR (CNPIR - Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial).

O órgão tem se levado a frente à pela defesa da adoção de sistema de cotas nas instituições federais de ensino superior, recebendo uma reação irascível de setores conversadores da sociedade composto por grupos midiáticos a partidos políticos. A impotência política da Sepprir pode ser nitidamente notada quando teve que se observar passivamente, o Estatuto de Igualdade Racial, sendo transformado em texto esvaziado pelas mãos do então ex-senador Demóstenes Torres. Uma derrota vagarosa que custou ainda mais a credibilidade da secretária, colocando em cheque sua funcionalidade.  Tendo inclusive a sua extinção cogitada para formação de um ministério que integra-se toda a área de direitos humanos.
A questão da demarcação dos quilombos continua sendo sensível, pois bate de frente com os interesses de latifundiários e da grilagem de terras. Os Quilombos de Rio dos Macacos (BA), Brejos dos Crioulos (MG) apenas para citar alguns exemplos, lutam arduamente para ter reconhecido seu direito a posse da terra. Levando em consideração que a gerência petista tem um pacto implícito com o agronegócio, não se abre ao horizonte uma perspectiva promissora para as comunidades quilombolas.    
A criação do organismo foi apresentada como uma vitória contundente para a população negra, ocultando sua real intenção. Alienar o movimento negro ao aparelho estatal, domesticando o mesmo a servir como esteio de apoio permanente a gestão do PT, sendo essa cooptação idêntica ao que ocorre em outros movimentos políticos como o camponês, estudantil, sindical. Mesmo diante a esse quadro de burocratização do movimento político negro, alguns militantes da “Velha Guarda” se limitam apenas a se contrapor as diretrizes da Seppir, no entanto sem denunciar ativamente sua natureza.    

Nesse decênio de Seppir não há triunfos a serem comemorados. As parcas políticas dirigidas não atingem majoritariamente a população, beneficiando um pequeno número de indivíduos. O número de jovens negros mortos por motivos violentos ainda se mantém elevado, evidenciando um genocídio gradual da juventude afrodescendente. No mercado de trabalho ainda prevalece ás gritantes desigualdades de remuneração entre brancos e negros, tendo a mulher negra ocupando amargamente a posição de pior rendimento salarial. Apesar do STF ter considerado constitucional o sistema de cotas, ainda existe uma forte rejeição a sua implementação é mesmo nos estabelecimentos de ensino que o usam o número de estudantes beneficiados é muito pequeno. A Lei 10.639/03 que obriga a necessidade do estudo da história africana é indígena está muito longe de ser realidade nas escolas. A população remanescente dos quilombos sobrevivem a beira de qualquer efetiva assistência, sendo ameaçadas constantemente.

Muito longe de compactuar com a tese de Estado cidadão de “todos”, o movimento negro tem o dever de romper com essa institucionalidade estagnada, criando uma plataforma pragmática que atendam as necessidades imediatas é históricas da população trabalhadora negra. Somente dessa forma poderá se dar passos para consolidar a eliminação do racismo é suas consequências na sociedade.


Kassan 24/03/2013 



Massacre de Sharpeville, um terror mundial com a marca do racismo!

Na data de 21 de março de 1960, a cidade de Sharpeville, na província de Transvall (atualmente Gauteng), na África do Sul, ficaria mundialmente conhecida pelo brutal massacre de 69 civis negros perpetrados pelas forças policiais do regime apartheid.

Foi um protesto pacífico organizado pelo Congresso Pan-africanista, com objetivo de fazer oposição à lei de passe que obrigava a população negra a usar um passaporte interno para se locomover dentro do próprio país, isso na prática restringia o direito ao acesso a determinadas áreas, que eram deixadas exclusivamente para os brancos.



Os manifestantes marcharam pelas ruas da cidade de Sharpeville, os presentes queimaram seus passes, demonstrando aberta insatisfação com o tratamento racista, de repetente foram surpreendidos por policiais armados que iniciariam disparos contra a multidão. O pânico se espalhou, resultado foi que 200 pessoas ficaram feridas e outras 69 morreram. O então primeiro-ministro, Hendrik Verwoerd declara estado de emergência, acusando como responsáveis os próprios manifestantes que teriam recepcionado a polícia a tiros, que então teria revidado, essa afirmação foi desmentida pelas testemunhas da época, pois não havia ninguém armado do lado do protesto. Hendrik Verwoerd, foi um nacionalista africâner fervoroso um dos principais ideólogos da construção do apartheid, sendo primeiro-ministro de 1958 até 1966 ano em que foi assassinado.



O massacre em Sharpeville, acirrou ainda mais a militância anti-apartheid, demonstrando a natureza repressiva do regime, esse fato foi imprescindível para aceitação da introdução de métodos de luta armada como sendo os únicos suficientes para derrubar o governo racista é conceder democracia é liberdade para população negra. Com a nulidade das vias de diálogo e propostas pacíficas a violência estatal somente poderia ser combativa com a violência revolucionária das massas populares. Em 21 de dezembro de 1961 em parceira com o Partido Comunista da África do Sul, o ANC (Congresso Nacional Africano) decide pela formação do grupo guerrilheiro Umkhonto we Sizwe - MK (Lança da Nação). Foi emitido um manifesto que declarava:

"Nossos homens estão armados e treinados combatentes da liberdade não terroristas. Estamos lutando pela democracia maioria direito a regra dos africanos para governar a África. Estamos lutando por uma África do Sul em que haverá paz e harmonia e igualdade de direitos para todas as pessoas. Nós não somos racistas, como os opressores brancos são. O Congresso Nacional Africano tem uma mensagem de liberdade para todos os que vivem no nosso país.''

Os membros do MK operaram ações armadas clandestinas contra alvos é autoridades. Com auxílios da CIA, os órgãos de segurança, conseguem prender alguns guerrilheiros, iniciando em 1963 o chamado julgamento de Rivonia, sobre acusação de fomentarem “revolução violenta”, crime que conforme a legislação então vigente da época era punido com a sentença de morte. Outra vertente da resistência ao regime, ainda continuaram no caminho da não-violência com táticas de desobediência civil, caso de Steve Biko.




Data formal de lembrança!

Em 1969 a ONU declarou a data de 21 de março como sendo a Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Aumentando a pressão sobre o governo sul-africano, mas por questões estratégias o apartheid, foi útil, recebendo apoio por parte dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e também por Israel. O segregacionismo perduraria até a década de 1990 tendo seu término “oficial” acordado por meio de negociações amplamente confortáveis para a classe dominante africâner. Os crimes contra a humanidade realizados pelos racistas sul-africanos, não foram devidamente julgados em parte pela capitulação vergonhosa de Nelson Mandela é sua entourage corrompida.



Atual África do Sul mantém a velha estrutura!

Como se encontra a África do Sul, após 53 anos do massacre de Sharpeville, 19 anos do fim do apartheid, a pobreza ainda permanece sobre a população negra trabalhadora, enquanto a minoria branca, conversa seus privilégios econômicos. O fato novo e que surgirá uma burguesia negra, uma elite beneficiada pelo pacote de ajuda concedida pelo Estado via políticas especiais. Em 2001 na cidade de Durban, também na África do Sul, foi organizado a Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, sendo que as propostas apresentadas no encontro atenderam os limites que os governos capitalistas podem oferecer, parcas medidas economicistas sub-compensatórias, as famigeradas políticas afirmativas que não reparam em profundidade os danos provocados pelo racismo é ainda por cima conservam a estrutura econômica responsável pelas desigualdades étnico-sociais.  

Acontecimentos antes da realização da Copa do mundo de futebol é as recentes repressões desencadeada contra o movimento grevista dos trabalhadores das minas, controlada pelas multinacionais exploradoras, que resultaram em mortes, evidencia bem que o Estado sul-africano mesmo com a ascensão ao poder do Congresso Nacional Africano, junto de seu aliado histórico Partido Comunista permanece ainda com a mesma função do período do regime racista. Preservando por meio do monopólio da violência armada a hegemonia da burguesia, sobre a classe trabalhadora. A fantasiosa África do Sul, “arco-íris” que seria um paraíso democrático multiétnico, desenhada por Nelson Mandela, ainda tem a cor preta como símbolo de miséria é opróbrio.

Bem longe das recomendações institucionais para o combate a discriminação racial, o racismo ainda se faz presente, permanecendo como sendo uma força reacionária a determinar a opressão de milhões de indivíduos em todos os continentes do mundo. A luta contra o racismo não pode estar em separado da pugna ao sistema econômico capitalismo e sua fase superior o imperialismo que se beneficia diretamente da discriminação racial. Havendo, portanto a necessidade de uma legítima estratégia revolucionária para sua destruição incondicional. Que os mártires caídos em Sharpeville, sejam fonte para inesgotável energia para essa gigantesca missão histórica imbuída ao movimento de libertação humana. 




Kassan 21/03/2013 





Foto raríssima! A frente posicionado ao meio uniformizado é George Lincoln Rockwell, líder do Partido Nazista Americano junto com companheiros de organização, ao fundo pode se ver, Elijah Muhammad ao lado de Malcolm X. 

Antes que possa haver alegações que tal foto seja uma montagem, leia-se o artigo:  A paz entre Muçulmanos Negros é Nacional-socialistas







Kassan 09/03/2013 



Miss Israel 2013 é Etíope

Apesar da crescente onda de racismo é xenofobia contra imigrantes de origem etíope, o concurso Miss Israel, escolheu Yityish Aynaw, como a representante da beleza do país. Nascida na Etiópia, imigrou para Israel junto com seus pais. A jovem de 21 anos trabalhava em uma loja de roupas, descoberta por um agenciador de modelos, a moça nunca tinha participado antes de nenhum concurso de beleza ou desfile. Em sua fala para os jurados, usou um discurso, onde ponderou a necessidade da coexistência pacífica, compreensão, diálogo e respeito à diversidade, citando Martin Luther King, como exemplo. Agora ela representará o país judaico, no concurso de Miss Universo.



A vinda de judeus etíopes para Israel, conhecido pela denominação ''Beta Israel'' ou por  "falashas’’, iniciou-se quando as Forças de Armadas de Israel, lançaram a ''Operação Moisés'' que resgatou aproximadamente 8000 judeus que saíram da Etiópia, para campos no refugiados no Sudão e que se encontraram em situação de risco, devido as perseguições religiosas e pela crise humanitária causada pela fome. Em 1991 foi organizada a ''Operação Salomão'' que transportou mais 14 mil etíopes até o território israelense. Após a chegada a Israel, os refugiados tiveram uma  adaptação a sociedade extremamente problemática, por conta da discriminação que passaram a receber em todos os níveis, dificuldade na aprendizagem do idioma, subemprego ou emprego com menores remunerações, falta de assistência médica, baixa acessibilidade a educação de qualidade etc. 





O que isso implica a vitória de uma mulher negra como Miss Israel? Nada, absolutamente nada.  Uma distração para desfocar a atenção no verdadeiro germe fecundador do ascendente racismo que envolve a sociedade israelense. Deve se creditar ao sionismo, a responsabilidade por esse clima hostil em voga, sendo essa a ideologia sustentadora da criação do próprio Estado de Israel. 

O sionismo que em sua evolução de que movimento de “repatriação” da diáspora judaica, tornou-se uma corrente política de posição colonialista e pertinentemente apta a adoção de idéias racistas. O tratamento sub-humano que os sionistas, dedicam aos palestinos já demonstra a natureza irascível atual do sionismo, portanto a discriminação contra os etíopes é consequência do sistema político hegemônico vigente, que apesar de praticarem o judaísmo não são considerados como sendo parte do “povo eleito”. A pele negra, cabelo crespo não condiz com as feições da “raça especial” escolhida por deus, conforme previsto pelo extremismo sionista que mescla falsificações históricas com justificativas retiradas nos livro da Torá, Talmud, para assegurar a validade de sua crença.  


Casos abertos de discriminação, expuseram a presença do racismo, sendo alguns deles partido por parte do próprio poder estatal, como por exemplo, a descoberta de que os postos de coleta de sangue descartavam as doações de etíopes e seus descendentes por considerem de que estavam contaminados com AIDS/HIV.  Em função desse racismo, tem provocado constantes manifestações de repúdio por parte dos Beta Israel, muito das quais foram reprimidas violentamente pela polícia. Mesmo diante desse cenário opressivo, que tem se fortalecido, devido eleição de políticos de partidos de direita é extrema direita, paulatinamente já se organiza uma resistência social com objetivo de interceptar a barbarização racial, tendo recebido a solidariedade de setores democráticos e progressistas.














Kassan 02/03/2013