Notícia nova, com situação velha.

Cinco jovens foram detidos pela Polícia Civil em São Paulo por suspeita de racismo e agressão a negros na região central da capital durante a madrugada deste domingo (3). A informação é da assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. Segundo a secretaria, junto com os suspeitos, que têm idades entre 18 e 21 anos, também foram apreendidos armas brancas que incluem um facão, um machado, quatro punhais, alem de três jaquetas e uma camiseta com a inscrição em inglês "White Pride" (orgulho branco) uma expressão muito utilizada por grupos de orientação racista. De acordo com a Secretaria da Segurança, policiais civis da 1ª Delegacia Seccional passavam de carro pela Rua Vergueiro, na região da Aclimação, quando um homem de 34 anos acenou pedindo ajuda por volta da 1h deste domingo. Ele disse que tinha sido agredido por um grupo de jovens, que também bateram em mais três de seus amigos. Os suspeitos foram presos em seguida pelos policiais, que os conduziram ao 5º Distrito Policial, na Aclimação, onde o caso foi registrado. Um estudante de 21 anos de idade e um orientador socioeducativo de 19, que são negros, manifestaram o desejo de representação pela injúria racial contra os suspeitos. Os presos foram indiciados por tentativa de homicídio, formação de quadrilha e injúria racial. Eles permanecerão presos à disposição da Justiça, segundo a Secretaria da Segurança.

Os cinco jovens suspeitos de agredir quatro moradores de rua na madrugada de domingo (3) em São Paulo foram transferidos nesta segunda-feira (4) para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. Um dos rapazes já tinha sido condenado por formação de quadrilha, mas estava em liberdade seu nome
Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho, de 21 anos um dos responsáveis por lançar uma bomba na parada Gay de 2009 ferindo diversas pessoas.

O material apreendido é típico de gangues. Em sua maioria armas brancas de pequeno porte que podem ser escondidas. As roupas que os rapazes vestiam também possuem símbolos utilizado pela vertente neonazista do movimento skinhead. Segundo relatos dos agredidos além de proferirem das ataques físicas, os jovens também pronunciavam frases de conteúdo racistas, confirmando a intenção motivacional das agressões. Todos os jovens são apresentados como sendo integrantes do chamado Impacto Hooligan, mais uma facção neonazista


Nota de Opinião!

Infelizmente não e a primeira vez, não e a segunda e tão pouco será a última vez que tal acontecimento ocorre. Não é de surpresa jovem de classe média (pequena e média burguesia) reúnem-se em grupo para disseminar a violência sobre o respaldo de idéias racistas, xenofóbicas interligadas ao ideário nazi-fascista. Novamente está notícia confirma algo categórico, sobre a existência, atuação de grupelhos de extrema direita em SP. A DECRADI ( Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) afirma possuir uma ampla documentação contendo nomes de integrantes, locais de atuação é objetivos estabelecidos de vários agrupamentos neonazistas atuantes na cidade de São Paulo. E afirma está ciente de como melhor reprimi-los, antes que os mesmos causem danos sérios. Confesso que eu mantinha uma visão bem minimalista em se tratando desses neonazistas, desacreditando-os e não reconhecendo a possibilidade deles em se tornarem “grandes” e concretamente perigosos.

Mais mudei minha opinião! Por mais que sejam minúsculos essa corja está trilhando um caminho de violência. Talvez possam todos a olho nu parecer simples idiotas, ignorantes, fanáticos, mais imagine se uma vitima agredida ou familiares que perderam entes queridos acreditam que essas gangues sejam tão inofensivos. E direta e pura violência reacionária o que esse ganguerismo nazi-fascista esta a propulsar, violência reacionária porque tem como alvo a coesão, intimidação e extermínio. E pela mais clara sinceridade a violência reacionária, somente pode ser combatida coma violência revolucionária. Sendo a violência revolucionária o mais iluminado instrumento que os oprimidos possuem para se livrarem do jugo e ameaça de seus opressores. Ingênuo e acreditar em uma proteção por parte desse velho Estado serviçal da classe rica, mesmo que existam departamentos policiais, leis especificam como crime racismo, isso nada mais é do que simples jogo de aparência, para dar suporte a farsa de Estado “democrático” de direito. A farsa se revela por exemplo, em relação a esse tal de Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho apresentado como chefe do Impacto Hooligan é um indivíduo já conhecido - reconhecido e identificado por ações anteriores, inclusive respondendo judicialmente por um atentando a bomba contra várias pessoas durante a parada Gay em SP no ano de 2009. Está sendo processado, mais aguarda veredicto em plena liberdade, gozando do privilégio de ir e vim a onde bem entender e aproveitando isso para continuar ao lado de seus camaradas a atacar pessoas. Com o uso de uma boa defesa de um escritório de advocacia particular, e por transparecer ser de uma família “estável” Guilherme Witiuk nem chega a passar mais do que alguns dias em um centro de detenção provisório, e depois sai andando tranquilamente pela porta da frente assegurado por um Habeas corpus. Mais alguns mais ou menos entendidos do assunto, podem se questionar, mais a constituição Federal de 1988 consideram racismo como sendo um crime inafiançável, portando obrigando o indivíduo cometedor desse crime a reclusão absoluta, mais nessa situação entra uma “interpretação” uma brecha de analise ao invés de crime de racismo, utiliza-se o critério de “injúria racial” mudando a natureza do delito sendo assim algo passível de soltura mediante pagamento de fiança. Sempre a um relaxamento das condições. E um tipo de caso que se arrasta por anos e anos, devido à possibilidade de recurso que a defesa pode encontrar com liminares o que torna ainda mais angustiante e paulatino a resolução do caso. Por mais terroristazinho que seja tal de Guilherme Witiuk, pouco se pode esperar que ele venha a sentir na própria carne, as conseqüências de seus atos.

Sobre a composição dessas facções são se difere muito, principalmente em se tratando da origem de seus integrantes. Jovens pequeno-burgueses atraídos é radicalizados pelo discurso de supremacia racial. São fissurados em atos de violência, adotam um estilo de “matilha” isso é apenas agem em bando contra um alvo potencialmente fraco, para depois arrogarem triunfo em uma ação cruenta. Vem de famílias economicamente abastarda que lhe possibilitaram acesso a instituição de ensino privado, de escolas particulares até a faculdade. Devido a sua formação conseguem empregos com bons rendimentos, não lhe sendo necessários sofrerem desemprego ou subemprego.

A institucionalização histórica da violência contra os pobres especialmente contra os negros no Brasil faz com que muitos desses casos passem despercebidos caindo em dados de estatísticas. No máximo recebem míseros segundos de matéria na televisão, ou três ou quatro linhas em jornais impressos. Percebam bem o que ocorreria se jovens negros da periferia optassem por formar grupos de resistência e autodefesa, qual seria a reação? CRIMINALIZAÇÃO! Imprensa coorporativa, poder judiciário legislativo e a polícia sairiam em imediato a colocarem como sendo um movimento ilegal. Isso por que para a elite as massas exploradas e oprimidas não possuem o direito de ditarem seu futuro e, portanto tudo que as massas façam será criminalmente perigoso a ordem vigente.

Infelizmente o Movimento Negro não dá à devida cobertura a situação como essa. Esperando atentamente uma resposta do “poder público”. Isso por que boa parte dos ativistas do MN acredita e compartilha a defesa da doutrina da cidadania, não aceitando outra via senão as definidas pelos marcos legalistas. Já havia expressado meu pensamento em ocasião anterior no artigo Vamos resistir ao velho fascismo em rosto novo, continuo com a mesma árdua convicção e decisão a esse respeito. “Sendo assim sobre a justeza de causa é preciso impor resistência. Os novos nazifascistas não passaram adiante. Passividade legitimiza a opressão, é se rebelar e justo.

Lembrei-me de quando era mais jovem de curti uma música de um grupo chamado Comando DMC “São Paulo Está se armando”. Um verdadeiro hino de resistência contra os bostas dos "white-power ". Excelente letra!


Saudações a todos camaradas, apoiadores.

Kassan 04/07/2011

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