O Grande Ditador

Em 1940 o já consagrado Charles Chaplin estréia um filme de extremo conteúdo reflexivo. O Grande Ditador. O filme fora lançado em uma época exata em que as forças do fascismo é nazismo galopavam, suas pretensões expansionistas pelo mundo tendo Benito Mussolini é Adolf Hitler definindo planos de conquistas e consolidação de seus respectivos poderes e regimes totalitários. Como conseqüência desses objetivos a 2° guerra se tornou inevitável. As potências imperialistas se entrelaçaram novamente em mais uma contenda violentíssima pela disputa de partilha do planeta.

A história se passa em uma nação fictícia chamada de Tomânia que passa a ser governada por um ditador chamado Adenoid Hynkel que passa a perseguir judeus. O principal aliado de Hynkel é o outro ditador de nome Benzino Napolini líder de um país chamado Bactéria ambos planejam a dominação do mundo pela força militar. Percebe-se que isso e uma alusão direta a entre Hitler e Mussolini.

Charles Chaplin interpreta tanto o ditador do Hynkel quando o barbeiro judeu. No desenrolar do enredo do filme em um plano engenhoso o barbeiro judeu por ser idêntico ao ditador assumiu o seu lugar e passa a governar Tomânia. A partir daí o mesmo barbeiro judeu começa a reconhecer o terrível regime político que se formará em Tomânia. A parte definitiva do filme é o discurso proferido pelo barbeiro judeu vestido como o ditador Hynkel. Apelando para o senso critico, condena os desvio humanos provocados pela vontade de poder e ganância, é preconiza a necessidade do reconhecimento da cooperação e fraternidade entre os homens e povos de todas as origens para o alcance da paz é justiça.

Discurso proferido:

"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!



Vida fora das telas

O filme e uma bela película. Um dos mais esplêndido já produzidos pela chamada 7° arte que atualmente cumpri o designação de tentáculo do imperialismo em submeter os povos das nações em condições semicolonais a uma descaracterização cultural algo que facilita a penetração e exploração econômica sobre seus territórios. No contexto real o nazi-fascismo oficialmente foi derrotado, no entanto, o verdadeiro gestor dessa terrível força reacionária não foi definitivamente destruído. O imperialismo é algo que se mantém ativo e atuante prontamente a prolongar os horrores de sucessivas guerras de rapina em completo desejo de pilhar as riquezas dos povos.

P.Kassan 19/02/2011

Nenhum comentário: