Eleição fradulenta!
Todo negro agora que está inserido na política ''oficial'' esta querendo imitar Barack Obama. Muita propaganda de exaltação. A apresentação de uma falsa possibilidade de mudança.
Neste caso basta seguir um simples é bom raciocínio. A natureza e formação de classe é ideologia do Estado permanece o mesmo, os partidos a disputarem as eleições também permanecem sendo os mesmos, todos são agremiações envoltas na defesa da manutenção de um sistema que os privilegia. Então por que acreditar que haverá uma mudança sistemática, apenas por que se elege uma pessoa?
E a mesma conversa ''fiada'' de sempre. Campanha é focada na individualização do candidato em seus supostos ''projetos reais'' é ''promessas concretas''. Como se estivesse diante de um super-herói, que seria capaz de fazer absolutamente tudo para todos.
Se quando eleito o candidato não cumprir com seus projetos e promessas e quando ele for cobrado por isso, ele terá uma habilidosa desculpa do tipo : Eu tentei mais os outros deputados não quiseram aprovar minhas propostas, mesmo assim vou continuar tentando esperem e tenham paciência...Muita paciência que um dia quem sabe algo saia do papel.
A candidatura de alegados ativistas do MN reflete a vulnerabilidade da militância negra, que ainda é atraída é iludida por ofertas de conquistas feitas pelo ''Poder Branco''. Apenas com ruptura e que se pode conseguir avanço verdadeiro.
Vejamos o exemplo do eterno é saudoso líder Malcolm-X, o mesmo até compreendeu a importância de que os brancos também deveria se conscientizar sobre os problemas raciais e sociais existente na sociedade, porém isso não fez com que Malcolm-X se aparelha-se junto a organizações políticas dirigidas por brancos, e muito menos participa-se de algum tipo de eleição.
Trecho do artigo escrito pelo Pan-africanista Thembi Sekou Okwui, '' Pela Unidade e Libertação Negra'':
''A submissão aos interesses dos partidos políticos e do Estado, e a limitação imposta pelos mesmos às nossas organizações, não só legitima o paternalismo branco, como também legitima a ideologia de que “os(as) negros(as) não possuem sabedoria suficiente para buscar e trilhar, sozinhos(as), os caminhos solucionadores dos seus problemas”. Ainda, essa maldita dependência e subserviência ao “Poder Branco” é um grande empecilho para construção das bases de sustentação da nossa unidade racial.''
Seguindo ainda sobre o mesmo artigo e apresentado o questionamento: Como podemos confiar nessas organizações e lideranças negras vendidas aos interesses do “Poder Branco”, se eles não possuem autonomia e liberdade nas suas ações para defenderem os interesses do povo negro?
Excelente exposição de idéias. E bom que os negros reflitam sobre estas condições. Com o período eleitoral, e criado um imenso caos. Panfletagem que imunda as cidades, insuportáveis musiquinhas de candidatos com refrões terríveis, enfim na eleição tem de tudo de ruim e mais um pouco de pior junto e misturado. Eleição é farsa e não contribui em nada para um processo de libertação para os negros e conseqüentemente para o restante da população pobre e trabalhadora.
P.Kassan
(30/09/2010)
Nos negros constituímos os principais alvos da ação repressiva dos órgãos de “segurança’’ pública. E inegável o conteúdo racista da chamada política de segurança, o objetivo dessa política fascista de segurança é provocar as mais terríveis sujeições de agressão e intimidação.
Os secretários de segurança pública são fascistas da pior espécime.Com prepotência e completo desprezo pela vida, conduzem a polícia carniceira a investir com violência contra milhões de pessoas negras todos os dias, seja em MG, SP, RJ é BA prevalece o mesma marcha terrorista, sustentada pelo mesmos argumentos reacionários e preconceituosos.
E rotineira imagem do negro associada á criminalidade, é quase uma “tradição” cultural dessa nação degenerada. Chega dessa situação. E preciso dar um basta em toda esta violência contra nos negros.
P.Kassan 26/09/10
Na história de resistência do povo negro Norte-americano a opressão racista, um movimento se destaca com ampla plenitude. Trata-se do chamado Movimento Muçulmano Negro (Movement Black Muslim). Nascido em decorrência da busca de elevação e superação o Movimento Negro Muçulmano, aplicou sobre seus pertencentes, uma doutrina disciplinadora que os uniu de uma forma inquebrável, possibilitando os mesmos a seguirem um caminho próprio de conhecimento e organização. Com tamanha fé os ditos muçulmanos negros (M.N), conseguiram eliminar os nefastos e sombrios efeitos e fardos psicológicos imposto pelo ultra-racismo estadunidense. Diferente dos cristãos negros os muçulmanos não almejavam inserir uma integração junto á sociedade branca, a mesma responsável por martirizar o povo negro. O objetivo do chamado Movimento Muçulmano Negro e construir uma sociedade autônoma, livre a onde os negros possam exercer com total liberdade, suas crenças estabelecendo dessa forma a igualdade, paz é prosperidade. Por defender a revitalização do povo negro, o M. M.N é incessantemente perseguido. Montanhas de fajutas acusações são colocadas sobre os M.N fanáticos, racistas inversos, propagadores do ódio racial... São afirmações feitas por indivíduos e grupos mal-intencionados.
O QUE É A GLOBALIZAÇÃO?
A globalização é um estágio de maior intensidade da dominação econômica e política mundial, caracterizado pela produção expatriada, ou seja, pelo controle crescente da economia em quase todo o mundo por um grupo cada vez menos numeroso de empresas e bancos transnacionais.
2A diferença entre o período da globalização, claro a partir de meados dos anos 50 do Século XX, e épocas anteriores da expansão imperial, é que, naquele, a produção e outras atividades empresariais em um país são realizadas sob controle do capital estrangeiro, como acontece agudamente no Brasil.
3Isso já existia antes, mas não era generalizado e abrangia somente, e em parte, a finança e serviços públicos, como eletricidade, gás e transportes e o planejamento e a construção da respectiva infraestrutura. A globalização foi acelerada com o uso de avanços tecnológicos nos transportes e nas comunicações, inclusive informática.
QUEM COMANDA A DOMINAÇÃO IMPERIAL
4Desde antes de 1700, a oligarquia financeira sediada em Londres tem puxado os cordéis dos acontecimentos políticos na maior parte do mundo. Esse império, quase absoluto até em torno de 1915, passou então a ser partilhado por grupos norte-americanos, mas ligados à City de Londres. Esta, ademais, faz parte do grupo de banqueiros que passou, desde 1914, a controlar a então criada Junta de Reserva Federal dos EUA (FED), com profundos e quase absolutos poderes sobre a finança dos EUA.
5Pode-se, assim, falar da oligarquia anglo-americana como a diretora do poder mundial, a qual organizou as duas guerras mundiais do século XX, obtendo, através delas, êxito em tornar a França, a Alemanha e o Japão potências subordinadas. Não logrou, de imediato, o objetivo de enfraquecer a Rússia, o que conseguiu, em grande parte, após mais de 40 anos de "Guerra Fria".
6As nações e Estados denominados EUA e Reino Unido são braços da referida oligarquia, do mesmo modo que outras nações e Estados se vêm tornando, cada vez mais, instrumentos dela. Aqueles dois são os braços armados, principalmente os EUA, cuja hegemonia militar, junto com o controle da mídia e da ideologia, impõe a adesão dos "aliados".
7Os donos do poder aplicam à risca a permanente lição de que, as bases do poder são as armas e o ouro. Na prática, as armas têm garantido mais o ouro, do que o ouro as armas.
8De qualquer modo, como notei no último artigo, a oligarquia britânica controla os metais preciosos, mas ela e seus associados norte-americanos os economizam, pois, para financiar seu poderio militar, prevalecem-se do poder de criar dinheiro falso, como o dólar. Falso, porque emitido em quantidades inimaginavelmente copiosas, sem relação com a produção real de bens e serviços.
RESULTADOS
9Depois de as transnacionais sugarem, por meio da globalização, países como o Brasil, situados fora do círculo dos centros imperiais e de seus associados, analistas desses centros passaram a lamentar que a globalização tivesse expatriado para a China e outros países os empregos produtivos que antes existiam dentro daquele círculo.
10Na realidade, a oligarquia financeira anglo-americana intensificou, de forma brutal, a concentração da renda em suas mãos, nos próprios EUA e no Reino Unido, criando "produtos" financeiros como os derivativos, por meio dos quais acumulou fortunas incalculáveis, ademais de modificar a tributação em favor dos bilionários. Tudo isso deu no colapso financeiro e na depressão, cuja crise mais aguda ocorreu em 2007/2008 e pode ser sucedida por profunda recaída.
11Nesses dois países-sedes da oligarquia, como em muitos outros, o resultado foi a desindustrialização e o desemprego. Agora, a indústria responde por só 11% do PIB dos EUA. Há não muito tempo, ainda eram 18%. O desemprego oficial está em 9,5%, graças à manipulação da estatística, pois o verdadeiro está em torno de 20%.
12Nada menos que 40,8 milhões de pessoas dependem dos cupons de alimentação do governo, e o número deverá passar de 43 milhões no próximo ano. A finança de Wall Street e seus servidores no Congresso pretendem cortar esses gastos, diante do brutal déficit orçamentário federal já de US$ 1,4 trilhão com tendência de muita alta. Não cogitam diminuir as astronômicas despesas militares, nem deixar de privilegiar os bancos causadores do colapso.
13Um parêntesis: as pessoas postas no governo brasileiro esmeram-se em imitar os centros mundiais em matéria de desindustrialização, favorecendo as importações com políticas de juros, cambial e comercial suicidas. Por outro lado, não cuidam de trazer ganhos financeiros para o Brasil: ao contrário, o sistema financeiro daqui é organizado para que os ganhos fluam para o exterior.
AGRESSÕES IMPERIAIS EM PAUTA
14Outro ponto em que diferimos diametralmente das potências hegemônicas é que estas não se desindustrializam na área militar, nos armamentos. Basta dizer que, enquanto o desemprego nos EUA foi quase geral, isso não ocorre no setor de "defesa". As únicas cidades desse país em que os empregos não diminuíram, mas, sim, cresceram, são San Antonio (Texas), Virginia Beach (Virgínia) e a capital Washington, porque as indústrias bélicas se concentram nestas duas, e os empregos federais, como os do FBI e outros serviços secretos, em Washington.
15A propósito, nos EUA, cerca de 1.271 organizações governamentais e 1.931 empresas privadas trabalham com o "contraterrorismo", segurança interna e inteligência. 854 mil pessoas têm credenciais de segurança ultra-secreta. O orçamento oficial de inteligência dos EUA é de 75 bilhões de dólares, sem incluir esse tipo de gastos no âmbito do Pentágono e dos programas internos de "antiterrorismo".
16Para se ter ideia do belicismo imperial, os EUA, além de terem acumulado colossal acervo de armas, investem nisso 6,6 vezes mais que o segundo colocado. Os 10 primeiros nessa lista são: Estados Unidos, 661 bilhões; China, 100; França, 63,9; Reino Unido, 58,3; Rússia, 53,3; Japão, 51; Alemanha, 45,6; Arábia Saudita, 41,3; Índia, 36,3; e Itália, 35,8.
17Depois de se ter aberto, nas zonas de exportação, aos investimentos das transnacionais, e juntado mais de um trilhão de dólares em reservas, recebendo, em troca da produção de seus trabalhadores, moeda hiperinflacionada, a China aplicou os dólares principalmente em títulos do Tesouro norte-americano, destinados a ter seu valor dizimado.
18Paralelamente ao serviço prestado aos ocidentais por seu setor exportador — e eles ainda reclamam por ter perdido empregos —, a China desenvolveu grande infraestrutura industrial para o mercado interno. Por isso, é considerada ameaça, já que os interesses imperiais não admitem nenhum país em vias de tornar-se independente, um pouco que seja, de sua dominação.
19Não é outra a razão pela qual as forças armadas dos EUA estão realizando manobras de grande envergadura, com porta-aviões e outras armas de ponta, nas costas da China, próximo ao território desta.
20A administração de Obama é ainda mais agressiva que as anteriores, pondo na ordem do dia operações de guerra, que incluem o uso de armas nucleares táticas. O Irã é o alvo imediato, junto com a Síria e o Líbano, e também estão programadas pressões e/ou agressões contra a Coreia do Norte e a Rússia, sem falar na China.
21Por fim, os governantes chineses parecem ter entendido que não faz sentido financiar as operações bélicas dos EUA, comprando títulos do Tesouro americano. Assim, o estoque da China desses títulos em junho de 2010, de US$ 843 bilhões compara-se com US$ 915 bilhões em junho de 2009. O total dos títulos do Tesouro dos EUA nas mãos de países estrangeiros subiu de 3,46 trilhões para US$ 4 trilhões.
Artigo publicado originalmente em: A Nova Democracia.
Nota de Opinião.
P.Kassan!
A exata data de 11 de setembro o maior império era atacado frontalmente em seu interior. Conforme alegações “oficiais” membros de uma minúscula organização fundamentalista islâmica, seqüestram com a maior facilidade 4 aeronaves de transporte civil, e as convertem em armas lançadas contras alvos importantes. Pelas telas de TV o mundo inteiro pode acompanhar, o espetáculo de terror feito naquela manha de 11 de setembro. Milhares de pessoas em NY correndo assustadas com as duas enormes torres do WTC sendo atingidas por aviões e logo depois desmoronando sobre os olhos atônitos da maior metrópole do mundo. Supostamente os fundamentalistas conseguiram jogar, mais um avião sobre a sede do Pentágono centro tecnoburocrático militar Norte-americano a onde são tomadas decisões de guerras e agressões contra outros povos do mundo e outro que tinha como alvo a Casa Branca mais que caiu antes de cumprir esta missão.
A reação do governo estadunidense então comandado pelo ultra-reacionário Georg W. Bush foi imediata. Buscar até os confins da terra os responsáveis por esta tragédia. Os ataques de 11 de setembro atiçaram o moribundo imperialismo ianque a justificar é preparar novas guerras ao redor do mundo, algo que logo foi feito sobre a manta de mentiras, primeiro a ofensiva contra o Afeganistão governado pelos Talibãs que década de 80 receberam muitos investimentos dos próprios norte-americanos, para sustentar uma luta contra os soviéticos, que até então ocupavam o território afegão. Não satisfeito em agredir o Afeganistão, o imperialismo, emenda sua cólera contra o Iraque do governo nacionalista de Sadam Hussein. Usando de um falso álibi de que o regime de Sadam possuía armas de destruição em massa, Bush envia contingente militar, para ocupar as riquíssimas terras iraquianas.
Utilizar-se de mentiras para fazer guerras não e uma novidade nos EUA. O mesmo já havia sido realizado em 1941 no episódio de Pearl Harbor, quando mesmo sabendo de antemão do ataque japonês, o governo norte-americano permitiu, a ação nipônica para que fosse criado clima, para entrada na segunda guerra.
As conseqüências dos ataques de 11 de setembro se refletem ate os dias atuais. De um lado os imperialistas norte-americanos insistindo em progredir em guerras injustas, cometendo as mais brutais atrocidades contra as populações dos países invadidos, tudo feito sobre o respaldo passivo de outras potencias imperalistas. Os EUA continuam fazendo provocações sobre outras nações como o caso do Irã com ameaças de guerras. Por outro lado as invasões respectivas sobre o Afeganistão e Iraque serviram para impulsionar, uma imensa corrente de resistência contra as ações perpetuadas pelos imperialistas. O exercito Norte-americano, este sim a maior força terrorista do planeta foi ressarcido no Iraque, pela bravura dos combatentes patrióticos que não se cansaram em nenhum momento de lutar contra á maquina de guerra ianque. No Afeganistão as tropas Norte-americanas e da OTAN vem sendo atacadas furiosamente, não tendo sequer um momento de paz. Tudo isso significa que nenhum povo neste mundo aceita a opressão e os imperialistas estão percebendo isso. O imperialismo e um tigre de papel, que cedo ou mais tarde será destruído.
Com o 11 de setembro veio a chamada guerra contra o terror. O verdadeiro caráter dessa guerra contra o terror e exposto a cada dia, pois se trata de uma guerra de repressão movida contra os movimentos de libertação dos povos, que pela boca dos reacionários imperialistas, ganham a etiqueta de movimentos terroristas. Como medida de desviar atenção das massas, para os movimentos de libertação, os EUA tem que alçar figuras como de Osama Bin Laden para sustentar sua presença no oriente médio, ao mesmo tempo em que tenta ocultar a existência de falanges de lutadores Árabes patrióticos implacáveis nas conquistas de seus objetivos de libertação de seus territórios. Não a futuro para os EUA imperialista. O Sionismo maior parceiro do imperialismo ianque, intensificou ainda mais os massacres contra os palestinos, tornando a vida daquele povo ainda mais sofrida. Como resposta os palestinos verdadeiros unidos pela direção do Hamas fortaleceram sua resistência, contra Israel, não permitindo em hipóteses alguma que os Sionistas predominassem seu poder a base do terror bélico.
Al-Qaeda não e um movimento de libertação é Bin Laden não e um revolucionário. Através da mídia controlada pelo Imperialismo-sionista, e feito e mantido uma campanha Islamofóbica, a onde os mulçumanos são sempre apresentados como fanáticos, radicais é intolerantes. Cria-se oportunamente sobre o Islã estereótipos que não condizem com a verdade.
Não haverá paz com a continuidade de vida do imperialismo estadunidense. A paz mundial só será alcançada com a destruição completa e irrestrita do poderio terrorista do imperialismo. A queda do imperialismo, será antes de tudo a maior façanha da humanidade, que será livre desse tumor maligno.
Perda de tempo e se sensibilizar com as “vitimas” de 11 de setembro e percebendo-se que o numero de mortos neste ataque não correspondem nem a 1% dos milhões de indivíduos que perderam a vida por responsabilidade direta dos EUA ao longo dos anos.
O fato é que as vacas, os bois, os novilhos, os cavalos e as ovelhas morriam às centenas, cobrindo a comarca inteira com um infindável fedor de carniça.
Nos crepúsculos acendiam-se grandes fogueiras, que desprendiam uma fumaça baixa e gordurenta, antes de se extinguirem sobre montões de caveiras negras, de costelas carbonizadas e de cascos embrasados pelas chamas.
(...) Logo se soube com espanto que o veneno entrara nas casas. Uma tarde quando merendava um bolo, o dono da fazenda CoqChante caíra subitamente, sem ter sentido nada antes, arrastando consigo um relógio de parede, no qual estava dando corda.
Antes que a notícia se espalhasse pelas propriedades vizinhas, outros proprietários tinham sido fulminados pelo veneno que espreitava, para atacar melhor, escondido nas bacias dos veladores, nas terrinas de sopa, nos vidros de remédio, no pão, no vinho, nas frutas e no sal.
Escutava-se agora constantemente o martelar dos ataúdes. Na curva de cada caminho aparecia um enterro. Nas igrejas do Cabo (Cap-Haïtien) não se cantavam senão missas pelos mortos, e as extremas-unções chegavam sempre muito tarde.
(...) Exasperados pelo medo, bêbados de vinho por não se atreverem mais a provar a água dos poços, os colonialistas açoitavam os escravos, em busca de uma explicação. O veneno, porém, seguia dizimando... sem que as rezas, os conselhos médicos, as promessas aos santos, as cantigas ineficientes de um marinheiro da Bretagne, necromante e curandeiro, conseguissem deter a marcha subterrânea da morte.
Com pressa bem involuntária de ocupar a última cova que restava no cemitério, Madame Lenormand de Mezy morreu no domingo de Pentecostes, pouco depois de provar uma laranja (...) A guarnição do Cap desfilara pelas estradas numa ridícula ameaça de morte ao inimigo inatingível. Mas o veneno continuava alcançando as bocas pelos caminhos mais inesperados. Um dia, os oito membros da família Du Periguy o encontraram num barril de sidra que eles mesmos tinham trazido, nos braços, da adega de um barco recém-ancorado. A carniça havia tomado conta de toda a comarca..."
A chamada "descolonização" de 17 países do continente africano, 14 deles ex-colônias francesas, completa 50 anos em 2010. As atuais gerências destas nações – muitas delas com fronteiras definidas na partilha feita entre as metrópoles em meados do século XIX, na Conferência de Berlim – planejam festas dantescas e dispendiosas para celebrar o suposto encerramento do ciclo de colonialismo europeu.
Soldado africano saúda o presidente Nicolas Sarcozy
O cinquentenário da "descolonização" da África é de fato uma data que precisa ser lembrada junto às massas de todo o mundo e avivada junto aos povos africanos em especial, mas por motivos diversos daqueles corneteados por estes chefes festeiros, em cujo turno calhou de caírem as bodas de ouro do que chamam demagogicamente de "fim do jugo" das potências europeias.
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que os falsários que ora organizam os festejos da "descolonização" são os mesmos que seguem garantindo aos monopólios o pronto atendimento aos seus interesses nas nações africanas que esses traidores dos seus povos gerenciam a soldo para o imperialismo.
Em segundo lugar, o que se chama genérica e equivocadamente de "descolonização" da África consistiu na verdade em um amplo e negociado processo de transferência da administração da rapina estrangeira no continente, que deixou de ser feita diretamente pelos governadores nomeados sobretudo desde Paris e Londres e foi repassada para serviçais da Repartição da África recrutados entre as classes dominantes vende-pátrias locais. Trocando em miúdos, a tal "conquista da independência política" dos territórios africanos demarcados pelas potências da Europa nada mais foi do que o seu rito de passagem da condição de colônias de fato, ou "estados associados" como preferiam os messieurs que comandavam o império colonial francês, para a condição de semicolônias, não obstante os anseios e as lutas por liberdade nascidos no seio dos povos africanos.
Por fim, esta passagem de bastão do colonizador opressor para o nativo camarada da metrópole não se traduziu em qualquer abrandamento do domínio estrangeiro sobre os povos e os recursos da África, ou em qualquer melhoria das condições de vida das massas africanas vilipendiadas. Ao contrário.
O LEGADO DA PARTILHA
Este tipo de "descolonização" da África desencadeou:
.Violentas disputas entre as frações das classes dominantes locais visando a primazia no manejo das agora semicolônias para as potências, o que a crônica da história oficialesca costuma chamar de "instabilidade política".
.Lutas territoriais fratricidas entre povos separados arbitrariamente por linhas divisórias estabelecidas segundo os interesses econômicos dos colonizadores, fato ao que os mais afeitos aos eufemismos gostam de se referir como "conflitos fronteiriços".
.Fome, miséria e genocídios deixados para trás pela devastação colonial e perpetuados pelo esforço das potências capitalistas europeias para manterem suas ex-colônias de fato em submissão econômica.
.Condições propícias ao surgimento de epidemias incontroláveis de doenças como malária, tuberculose e aids.
.
A formação de toda uma "indústria da ajuda humanitária" calcada na demagogia e feita de braço importante da dominação colonial perpetuada e rebatizada, com um sem número de organizações não-governamentais ligadas ao imperialismo e "missões de paz" da ONU se fazendo, as vezes, do "olho do dono" nas semicolônias africanas.
''COMUNIDADE FRANCESA'' DESFILA EM PARIS
No último dia 14 de julho, os gerentes de turno (de longo turno) das ex-colônias africanas do império colonial francês que se tornaram "independentes" em 1960 – Camarões, Senegal, Togo, Madagascar, Congo, Benim, Niger, Burkina Faso, Costa do Marfim, Chade, República Centro-Africana, Gabão, Mali e Mauritânia – desfilaram em Paris lado-a-lado com o chefe de Estado da França, Nicolas Sarkozy, por ocasião das celebrações da tomada do poder pela burguesia no país em 1789. Nada mais ilustrativo de que a velha "Comunidade Francesa", cuja extinção ora é lembrada por seus 50 anos, continua existindo aos olhos da metrópole e de seus sanguinários paus-mandados na África.
Quanto aos outros países africanos que se tornaram "independentes" em 1960, a ex-colônia britânica Somália está ocupada pelas tropas da missão da União Africana no país (Amisom, na sigla em inglês), por obra e graça de ordens do USA e da ex-metrópole. Já a Nigéria, também antigo território do Império Britânico, é hoje praticamente gerenciada pela transnacional anglo-holandesa Shell, contra a qual o povo nigeriano não arreda pé da luta antiespoliação. Já o antigo Congo Belga é atualmente um lugar arrasado pelo flagelo das lutas interétnicas.
Hoje, os povos da África "descolonizada" veem com indignação as elites empoleiradas nas administrações do entreguismo estatal levando a cabo uma nova e ampla rodada de leilões das vastas extensões de terras aráveis e dos recursos naturais da África subsaariana, em uma corrida neocolonial com foco em agricultura e recursos energéticos, mas que também vem sendo protagonizada por muitos bancos metropolitanos se expandindo nas semicolônias para financiar os monopólios.
O monopólio internacional dos meios de comunicação vem noticiando esta nova corrida à África como um "boom de investimentos" que tendem a transformar o continente em um paraíso na Terra. Mas as massas africanas estão conscientes de que quando os porta-vozes dos opressores dizem que "todos os olhos estão voltados para a África", isto não representa esperança, mas sim ameaça.