Mumia Abu Jamal, resistência pela vida,
resistência pelo povo negro e oprimidos!
Preste a completar 61 anos no próximo dia 21 de abril o
estado de saúde do ativista preso Mumia Abu Jamal encontra-se em grave
situação. Mumia está internado desde a data 30/03 no Schuylkill Medical Center,
um hospital prisional no Estado de Filadélfia, após sofrer uma crise causada
pela diabetes. Ele está em coma. Um fato a ser mencionado e que Mumia não tinha
conhecimento em ter a doença até a eclosão da crise.
Devido a isso membros de sua família, incluindo sua
esposa Wadiya Jamal e organizações que apoiam sua libertação acusam haver tido
um comportamento deliberadamente negligente por parte da administração
prisional sobre os cuidados da saúde do veterano militante da causa negra. O
que colabora com essa acusação e que Mumia havia realizado um exame de sangue
para tratar de um problema na pele, através desse simples exame seria possível
detectar a doença, contudo foi escondida qualquer informação a respeito dele
ser diabético. Essa omissão teve consequência diretas pois Mumia não teve
acesso a alimentação nutricional adequada, medicamentos específicos e
acompanhamento médico.
As acusações não cessam apenas nisso, já internado Mumia
Abu Jamal esta recebendo um tratamento não compatível para seu crítico estado
de saúde que necessita do máximo de cuidados. Para rebater a todas as
acusações, Susan McNaughton, porta-voz do Departamento responsável pela tutela
das prisões estaduais da Filadélfia, limitou-se a declarar: "Quando um preso se apresenta nos
serviços clínicos com sinais e sintomas de uma doença séria, ele ou ela é
adequadamente e imediatamente enviado ao hospital para ser tratado".
Inicialmente após sua internação, seus familiares foram proibidos de
visitá-los, mas após intensa pressão foi revogado essa proibição. Apesar da
fragilidade de sua saúde, Abu Jamal na UTI e mantido algemado a cama e vigiado
24 horas por dois guardas armados.
História de um genuíno revolucionário
Nascido como Wesley Cook no Estado da Filadélfia em 1954,
seu envolvimento com a militância política começou aos 14 anos quando passa a
integrar o núcleo do Partido dos Panteras Negra naquele estado. Por seu perfil
inteligente é por possuir hábil capacidade para comunicação aos 15 anos foi
promovido a posição de ''Tenente de Informação'' o que equivalia a ser um
jornalista do partido. Ficou responsável pelo trabalho de edição e distribuição
do jornal dos Panteras Negras entre as comunidades pobres. Incansável defensor
de transformações revolucionárias da sociedade e usando o jornalismo como
método de ativismo recebeu o apelido de
''Voz dos sem voz'' que também era usado para seu programa de rádio.
Desde o surgimento os Panteras Negras sempre priorizaram
o trabalho de comunicação, por isso criaram um órgão de imprensa próprio o
jornal ''Black Panther'' que era vendido ao modico custo de 25 centavos. O
jornal combinava várias notícias para o público, desde informações sobre
comunidade local, relatando problemas pontuais como pobreza, racismo, é também
realizava denúncias contra violência policial, abuso de poder pelas autoridades,
havia espaço para política internacional, editoriais em solidariedade a causa
de libertação de outros povos oprimidos. A linha editoral do jornal estava
submetida a Eldridge Cleaver, Ministro da Informação do partido. O jornal
cumpria a importante tarefa propagandística em expor para as massas populares
os objetivos políticos da organização, conforme ditadas por Huey Newton, um dos
fundadores do partido e que tinha a posição de Ministro da Defesa.
Pela natureza política revolucionária o Partido Partido
Pantera Negra foi considerado a maior ameaça interna a segurança dos Estados
Unidos. Eram considerados como ''terroristas domésticos'' de potencial
periculosidade o partido se tornou alvo de forte repressão realizada pelo FBI
(Federal Bureau of Investigation) sobre a chefatura de John Edgar Hoover. Como diretor do FBI, J. Edgar Hoover já
possuía um histórico em perseguir ativistas negros como Marcus Garvey, Martin
Luther King, Malcolm X.
Durante a metade da década de 1970 o Partido dos Panteras
Negras estava com sua unidade organizacional comprometida em função de
acirradas disputas internas de poder, entre partidários de Huey Newton e os
apoiadores de Cleaver. Muitas dessas
brigas entres os membros foram intencionalmente criadas e estimuladas como parte
das ações de infiltração, espionagem e sabotagem feita por agentes do FBI.
Mumia tentou se posicionar acima das lutas fraccionais, preferindo dar
continuidade ao propósito pela qual o partido foi criado, contudo o ambiente
hostil entre os integrantes tornou-se insuportável, e ele optou em sair
formalmente do partido, contudo não abandonou sua consciência política.
Militante transformado em
prisioneiro político
Em 1981 enquanto trabalhava como taxista, Abu Jamal
presenciou seu irmão sendo agredido violentamente por policiais brancos durante
uma abordagem. Diante da situação decide intervir pela vida do irmão, seguiu-se
um tiroteio entre ele e a guarda policial. Mumia foi baleado é o policial
branco Daniel Faulkner também alvejado por disparo, vindo a morrer no local.
Testemunhas informam a presença de pelo menos dois homens brancos armados que
não trajavam uniformes e efetuaram tiros, esses homens fugiram da local do
confronto antes da chegada do reforço policial que prendeu Mumia ainda
agonizando no chão. Ainda hospitalizado Mumia foi torturado por policiais para
confessar que era o assassino de Faulkner.
Seu julgamento foi marcado por um processo com nítidas
falhas jurídicas. Há começar pelo advogado designado pelo Estado para Mumia,
não se empenhou em elaborar nenhuma consistente tese para defendê-lo, mas as
aberrações continuaram, provas forjadas foram inseridas, testemunhas coagidas a
alterarem o testemunho para criminalizar Mumia, um júri abertamente
reacionário. A promotoria pediu pena capital, sendo aceita pelo juiz. Ficou
nítido que sua condenação correspondia a uma retaliação por suas atividades do
que realmente pela morte do policial. Foi transformado em um prisioneiro
político, cuja execução serviria a mesma tática de atemorização de negros insurgentes
antes da abolição da escravidão.
No corredor da morte, logo se iniciou uma turbulenta luta
agora por sua vida. Inúmeros recursos foram feitos para anularem a sentença e
impedir que fosse executado pelo Estado. Na prisão converteu-se ao Islã e
aderiu ao atual nome.
Inconformados com a injustiça, coletivos militantes ,
entidades democráticas, intelectuais progressistas, ativistas independentes têm
levado a cabo uma campanha por sua libertação a ''Free Mumia''. Em 2008 após
uma revisão no processo e o reconhecimento de erros sua pena foi convertida
para prisão perpetua. Mesmo atrás das grades de aço, a mente de Mumia Abu Jamal
permanece conecta a todos os genuínos esforços dos oprimidos e explorados por
mudanças.
O que acontece com Mumia Abu Jamal, não e fato isolado.
América racista tem reservado um terrorismo para para negros revolucionários
dois destinos: prisão ou morte. Mumia e um prisioneiro político, mas também a
ele se juntam na mesma condição: Sundiata Acoli, Mulutu Shakur, Veronza Bowers
Jr, Kamau Sadiki, Kojo Bomani Sabbabu e Leonard Peltier um destacado militante
da causa dos povos nativos.
Desde já vamos unirmos em uma corrente de pensamentos
positivos para Mumia Abu Jamal. Por sua saúde, sua paz de corpo e espírito .
Ele que tem sido um valente guerreiro á décadas.
Acessem: http://www.freemumia.com/
Kassan 03/04/2015
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