Machado de Assis, 106 anos de falecimento do mestre maior da literatura Brasileira!

Se caso for o objetivo ser sucinto em palavras, economizando em um recurso que este homem se fez mestre, podemos simplesmente dizer Joaquim Maria Machado de Assis é o mais importante escritor brasileiro de todos os tempos. Mas isso seria bastante pouco, para toda magnitude de Machado de Assis, mas que seja reinterado algo de  incontestável verdade, o maior gênio da literatura brasileira e com certeza um dos maiores da língua portuguesa, tinha sangue africano nas veias.

Não deixaram de haver inúmeras tentativas ao longo dos anos em ''arianizar'' a imagem de Machado, que além das contribuições escritas, também foi fundador e primeiro presidente da ABL - Academia Brasileira de Letras, imortal da cadeira N°23.

Como cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista e ensaísta é também na posição de testemunha ocular dos fatos da época Machado de Assis conseguiu colocar em sua obra uma perspicaz analise de seu tempo. Esmerou através de seus personagens, os tipos de seres sociais que povoavam da opressora sociedade brasileira a partir da metade do século 19. Através de um viés revolucionário, Machado de Assis criou uma obra em caráter de denúncia cultural é crítica social que iniciou um movimento autêntico, inovador que iniciou uma ruptura com os padrões criativos, construtivos, narrativos ainda colonizados da literatura.

O estilo machadiano transportou para os livros uma inteligente ironia, em especial sobre a abolição da escravidão. Machado de Assis faleceu em 21 de setembro de 1908 aos 69 anos na cidade do Rio de Janeiro, mesma cidade em que nascerá e que lhe servirá de inspiração. E 106 de sua morte, não apagam sua importância e influência que atravessa os séculos e se encontra em fulguroso leito eterno para nunca se perder.




(Imagem poeticamente altera de Machado*)

Romances
Ressurreição - 1872 
A mão e a luva - 1874
Helena - 1876
Iaiá Garcia - 1878
Memórias Póstumas de Brás Cubas - 1881
Quincas Borba - 1891
Dom Casmurro - 1899
Esaú e Jacó - 1904
Memorial de Aires - 1908

Poesia
Crisálidas
Falenas
Americanas
Ocidentais
Poesias completas

Contos
A Carteira
Miss Dollar
O Alienista
Noite de Almirante
O Homem Célebre
Conto da Escola
Uns Braços
A Cartomante
O Enfermeiro
Trio em Lá Menor
Missa do Galo

Teatro
Hoje avental, amanhã luva - 1860
Desencantos - 1861
O caminho da porta, 1863
Quase ministro - 1864
Os deuses de casaca - 1866
Tu, só tu, puro amor - 1880
Lição de botânica – 1906


Kassan 29/09/2014
Jesse Owens, o negro que humilhou Hitler na Olimpíada de Berlim

Em 12 de setembro de 1913 nasce nos Estados Unidos, o atleta James Cleveland Owens, que ficaria conhecido mundialmente pelo apelido ''Jesse''. Seu grande feito, ganhar quatro medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1936 realizados em Berlim, Alemanha.

Os nazistas liderados por Adolf Hitler já estavam instalados no poder desde 1933, em 1935 havia sido aprovado uma legislação na Alemanha abertamente racista, conhecidas como 'Leis de Nuremberg' que oficializaram o antissemitismo e segregacionismo racial como políticas estatais. O Estado nacional-socialista, conhecido como III Reich assumia sua principal atribuição idealiza pelo Fuher, assegurar a pureza e prosperidade da '''superior'' raça ariana.

Em 1936 com realização dos Jogos Olímpicos, Hitler e os demais líderes do regime desejavam usá-los como vitrine para propaganda da superioridade branca-ariana. As quatro vitórias de Owens foi um ''banho de água fria'' nessas pretensões. Mas vale ressaltar que Jesse Owens não foi o único atleta negro a subir ao pódio, antes dele o também norte-americano, Cornelius Johnson conquistou a medalha de ouro na modalidade de salto em altura.

O grande feito de Owens, conforme suas próprias palavras não foi não se contrapor ao regime hitlerista como adversário político, mas sim abalar a noção racista dos EUA, como ele mesmo salientou em seu registro biográfico. Com o encerramento dos Jogos, seu regresso para América foi triunfante, mas isto não foi o suficiente para superar as barreiras criadas pelo racismo, um fato marcante que Owens nunca esqueceria foi quando sua esposa e ele por serem negros foram obrigados a entrarem pelas portas do fundo de um hotél na cidade de New York.

O que mais incomodou Jesse Owens não foram as atitudes de desprezo de Hitler, que era racista e portanto, não surpreenderiam, mas o fato do então presidente norte-americano na época Franklin Delano Roosevelt não ter lhe dado a mínima atenção, não mandado sequer um telegrama felicitando-o por suas conquistas na olimpíada. Owens teria dito mais tarde: "É verdade que Hitler não me cumprimentou, mas também nunca fui convidado para almoçar na Casa Branca."

No anos seguintes a conquista das medalhas, Jesse foi ignorado e relegado a um ostracismo, motivado por dificuldade financeira chegou até a disputar bisonhas apresentações de corrida contra cavalos. A sorte de Owens mudaria na metade da década de 1950, no contexto da Guerra Fria, o governo americano passou a recrutar bons exemplos na batalha por ''corações e mentes'' contra os soviéticos, em 1955 o presidente americano Eisenhowver deu lhe o título de “Embaixador da Boa Vontade” para promover os Estados Unidos pelo mundo.


Jesse Owens também participou dos esforços na luta por direitos civis para população negra. Seu nome foi imortalizado no Hall da Fama do atletismo, condedido pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf).

      (Imagem e uma montagem, que fique explicado antes que alguns “gênios”                    venham falar algo.)



Kassan 12/09/2014


Steve Biko, 37 anos  da morte de um guerreiro!

Em 12 de setembro 1977, devido a ação de tortura e maus tratos, Steve Biko um dos principais líderes do movimento Consciência Negra, morre sobre enquanto estava em custódia da polícia de segurança do Apartheid. 

Steve Biko na condição de ativista e intelectual foi responsável por estruturar uma linha de pensamento que desempenhou importante função no movimento de resistência e luta contra o apartheid.

Em sua pauta teórica reivindicava a necessidade do protagonismo africano em sua própria missão de libertação, rejeitar o paternalismo de grupos brancos politicamente liberais. Era preciso que o povo alcançasse primeiramente uma revolução cultural para descolonizar-se de ideias instaladas através da opressão racial. Para Biko a concepção da Consciência Negra significava uma revitalização de valores em defesa do bem-estar coletivo.

Steve Biko estimulava a população a utilizar táticas de ação direta de desobediência civil a autoridade do Estado sulafricano, sem recorrer a violência. Com o aumento de sua influência política, vieram a intensificação de perseguições, impedimento ao direito a expressão, o regime o transformou em um inimigo de Estado a ser detido a qualquer custo. O apartheid obrigava a população africana a utilizar uma carteira de identificação, era crime não portar esse documento, Biko era contra o uso desse documento e por não estar usando a carteira foi preso pela polícia e conduzido a prisão em 18 de agosto de 1997. Durante o cárcere foi submetido a sessões de torturas, e devido a negligência médica, não resistiu aos ferimentos e morreu em 12 de setembro de 1977.

Sua morte produziu um forte impacto sobre a comunidade negra o tornou de herói á mártir para milhares de pessoas. Em 25 de setembro de 1977 seu funeral  realizado na cidade de King William foi acompanhado por cerca de 15.000 pessoas. Crime teve repercussão internacional, gerou um aumento das pressões contra o regime racista, que por questões geoestratégicas contava com apoio do governo dos Estados Unidos, Inglaterra, Israel. A morte de Biko também refletiu em um apelo para intensificação da resistência interna. O próprio Biko ciente do momento histórico, e da natureza da luta de que participava apreendeu a não temer a morte, em sua última entrevista declarou: ''ou você está vivo e orgulhoso ou você está morto. E quando está morto não se incomoda com nada.'' Sua vida se tornou um poderoso legado de animo e coragem, cujo morte física não e suficiente para apagar.

Que sua estrela continue a brilhar onde seja preciso pelejar contra o racismo e a opressão.



Steve Biko presente!




Kassan 12/09/2014

O verdadeiro coitadismo, racistas usando de vitimismo como estratégia para se livrarem de seus crimes! 

Decorrido algumas semanas após os atos racistas na Arena Grêmio, que tiveram como alvo o goleiro Aranha uma constatação fica nitidamente percebível.

Patricia Moreira, torcedora tricolor, flagrada em filmagem no estádio dirigindo ofensas ao atleta, agora vem recebendo calorosas manifestações de apoio, solidariedade que parte de pessoas pertencentes á torcidas ''organizadas'' gremista, surgem seus amigos ''negros'' para lhe prestar auxílio, servindo de escorra para colaborar com a versão de que ela não foi racista, mas sim mal interpretada, para reforça ainda há declarações imbecis de ex-dirigente do Grêmio, tentando negar o óbvio do fato.

Um resultado mais do que esperado, um corporativismo que sai em defesa da ''santa garotinha''. Inocentando-a á todo custo, tentando retirar qualquer responsabilidade dela no ato. Esta em uso uma estratégia de usar fator de apelo emocional de convencimento, para tornar-la imputável em arcar criminalmente por sua atitude.

Os que defendem Patrícia Moreira, alegam que está se tentando jogar nas costas dela uma culpa maior do que a real, esquecendo dos outros torcedores que também ofenderam o Aranha, que ela esta sendo pega como bode expiatório, pega para carregar sozinha a cruz. 

Bem, vamos analisar melhor, todos têm o direito a ampla defesa quando acusado de um crime. Pelo menos e o que menciona a lei, mas na prática sabemos que isso não e uma verdade unanime. Onde se encontra defesa para pessoas mortas sumariamente por policiais, grupos de extermínio nas favelas e periferias?

Não se deve confundir a exigência para que ocorra uma punição sobre critérios da lei com uma criminalização sobre Patrícia Moreira.

Abordando sobre criminalização, e justamente a População negra que e criminalizada pelo racismo diariamente. Nas ruas através de truculentas abordagens policias, que em algumas ocasiões produzem um saldo fatal, com inocentes sendo assassinatos, presos ilegalmente, a criminalização racista afeta os locais de habitação, procura de empregos, em todos aspectos gerais da vida de negros/negras em suas atividades cotidianas. Vale lembrar que manifestações culturais, religiosas de matriz africana até a década de 1930 eram proibidas, jogar capoeira era considerado uma atividade de bandido, era obrigatório que terreiros de candomblé tivessem registro policial para existirem.

Observando como se diz na letra fria da lei, no inciso XLII, do artigo 5º, da Constituição Federal de 1988 estabelece que

“A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.

Desde aprovação desta lei quantas pessoas foram presas e julgadas com base nesta lei? Nenhuma. Pelo menos não há nenhum caso conhecido. Ou podemos surrealmente dizermos que não se praticam crimes por motivação racial no Brasil?

Isso mostra uma perversa realidade de que como o poder judiciário e altamente conivente com racismo. E preciso que um jogador seja ofendido para trazermos a tona um mínimo debate nacional sobre a problemática da discriminação racial?

Como alternativo ao crime propriamente de racismo, existe o crime de  ''Injúria racial''. Previsto no Código Penal

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa.


Fica evidente que classificação como injúria, suaviza para o autor do delito sua punição. Cria-se um panorama cujo o único destino e senão a impunidade. Um ambiente que torna propicio a continuidade de crimes dessa natureza. E sempre recorrente ouvirmos em casos de racismo, os detratores acusarem os negros se serem ''vitimistas'' ou de apelarem para um coitadismo, mas vejamos bem, quem usa de coitadismo não é a vítima, mas sim o agressor oportunamente para se livrar. Uma tentativa em inverter as posições, como esta ocorrendo com ajuda de uma generosa mídia para Patrícia Moreira. 


Racistas no Brasil, sabem os ingredientes da receita para livrar a própria pele: primeiro choram, em seguida dizem terem amigos amigos ''negros'', por fim pedem desculpas e se dizem arrependido, pronto e assim a roda permanece girando e nada se altera.



Kassan 11/09/2014