Dia da Libertação Africana

Em 15 de abril de 1958, na cidade de Acra, Gana, sobre tutela do primeiro ministro daquele país, Kwame Nkrumah foi organizado a Primeira Conferência dos Estados Independentes da África, reunindo a participação de oito Estados africanos independentes. Além de Gana, estiveram presentes representantes dos governos da Etiópia, Libéria, Líbia, Marrocos, Sudão, Tunísia, República Árabe Unida (que era a federação do Egito e Síria)  também participaram do encontro delegados representando a Frente Nacional da Argélia e a União de Libertação dos Povos camaroneses. Esta conferência foi importante na medida em que representou a primeira Conferência Pan-Africana realizada em solo africano.  A conferência também foi significativa na medida em que representou a necessidade de luta contra o sistema colonialista, que trouxe tanto sofrimento aos povos africanos no decorrer de vários séculos.

A conferência apelou para a fundação do Dia da Liberdade Africana, um dia para marcar a cada ano o progresso para a frente do movimento de libertação, e para simbolizar a determinação dos Povos de África para libertar-se da dominação estrangeira e da exploração. 

Cinco anos mais tarde, após a Primeira Conferência dos Estados independentes, foi organizada uma nova conferência dessa vez realizada em Addis Abeba, capital da Etiópia. Em 25 de maio de 1963, líderes de trinta e dois Estados africanos independentes reuniram-se para formar a Organização da Unidade Africana (OUA).  Até então mais de dois terços do continente tinham alcançado a independência do domínio colonial.  Nesta reunião histórica a data de Dia da Liberdade da África foi alterada de 15 abril  para 25 maio e renomeado para Dia da Libertação Africana. Desde então 25 de maio tornou-se a referência simbólica e pragmática dos objetivos estratégicos e políticos do movimento Pan-africano.

25 de Maio - Dia da Libertação Africana contribuiu para elevar o nível de consciência política e de organização não apenas nas comunidades africanas continentais como também na diáspora africana em todo o mundo. Inspirando inúmeros movimentos revolucionários em África para progredir no combate contra as forças imperialistas.

Apesar da conquista da independência formal, muitos países africanos não romperam totalmente suas relações com as ex-metrópoles e essa continuidade de submissão originou o surgimento do neocolonialismo, que se trata de um modelo de continuidade da dominação estrangeira na política é economia das nações africanas. O neocolonialismo e uma face apurada do imperialismo. Após muitas crises e ineficiência motivada por sabotagens e problemas interno de seus países-membros a Organização da Unidade África foi dissolvida em 2002 em seu lugar foi criado a UA - União Africana um organismo burocrático que não representa as metas do pan-africanismo.







Kassan 25/05/2014

Em outubro de 1935, o exército italiano, com a ordem de Mussolini, invadiu a parte norte da Etiópia ou região de Adigrat, Adwa e Mekele. Haile Selassie fez um apelo de ajuda à Liga das Nações já que a Etiópia era um estado-membro, mas seu recurso foi completamente ignorado. A Liga das Nações, especialmente a Grã-Bretanha e a França, decidiram se abster de tomar alguma medida diplomática contra Itália. Isso permitiu que o ditador fascista avançasse com a ofensiva militar para colonizar o país africano sem nenhuma perturbação.


Tigrayans¹ lutaram em massa contra a invasão italiana, porém alguns senhores feudais Tigrayan se alinharam aos italianos para combater Haile Selassie e seus aliados. Haile Selassie enviou tropas para a região de Tigray em janeiro de 1936. O exército etíope inicialmente reivindicou uma vitória na batalha de Tembien, porém essa vitória não se manteve e o exército italiano lançou uma contra-ofensiva. O exército italiano utilizou gás mostarda após a batalha de Tembien para conter os avanços da força etíope que foi obrigada a recuar para localidade de Maychew. Em Maychew foi travada uma sangrenta batalha como última tentativa dos militares etíope em barrar a agressão italiana. A resistência foi incapaz de superar os italianos, Haile Selassie após ser noticiado da derrota, sem outra opção, decide sair do país partindo para o exílio na Grã-Bretanha. No entanto, os etíopes continuaram a resistir aos italianos com o uso da guerra de guerrilhas. Os italianos em contrapartida responderam com muita brutalidade.


Para alguns a fuga de Selassie com a família real e parte da corte foi um ato de covardia que visou apenas mantê-lo vivo enquanto o país era oprimido pelos europeus. Mencionavam que Haile Selassie não dispunha da mesma coragem e determinação que tiveram imperadores antecessores como Tewodros II, imperador Yohannes IV e Menelik II. Apesar de não possuírem um poder bélico capaz de equilibrar ao italiano, muitos etíopes corajosamente buscaram abrigo nas montanhas e florestas para manter a resistência nacional ativa e operante.


Em maio de 1936, a Itália ocupou todo o país e incorporou-a com a Eritreia e a Somália sobre um único território. Sob a ordem de Benito Mussolini, o exército italiano saqueou o mais alto estelas (obelisco) de Aksum em 1937, o obelisco ficou em Roma por 68 anos. Somente em abril de 2005 o governo italiano concordou em devolver o obelisco feito de granito de 24 metros para Aksum em e 2008 foi remontada em em seu lugar original.


Devido as limitações Haile Selassie apenas pode fazer pronunciamentos contra a invasão, sem poder real de coordenar os esforços pela expulsão militar itálica. O cenário mudaria não somente para Etiópia, mas para todo mundo com o início da 2° Guerra Mundial em 1939. Em 10 de junho de 1940, a Itália declará guerra à Grã-Bretanha e França. O exército britânico avança para os territórios ocupado pelos italianos na África Oriental o que inclui Etiópia e Somália. Em janeiro de 1941, o exército britânico e os guerrilheiros etíopes vencem o combalido exército italiano.


Em 5 de maio de 1940 com o país já sem a presença militar ocupatista, Haile Selassie regressa de seu exílio de Londres para capital do império Adis Abeba. Seu retorno não e bem recepcionado, algumas lideranças Tigrayan passaram a considerar Selassie indigno de retornar ao trono por ele não ter sido um líder exemplar na luta contra os italianos. Para evitar que Haile volte para ao trono, se inicia uma rebelião armada, o imperador firma uma aliança com os ingleses para reprimir os revoltosos. Para estabilizar o país internamente o monarca, arranja um casamento combinado de sua neta com o Ras² Mengesha Seyoum mais importante líder da região de Tigray e depois o fez príncipe de Tigray. Foi uma boa jogada politicamente a onde barganhou apoio para prosseguir como soberano. Logo depois de Haile Selassie foi para Aksum a ser oficialmente consagrado como imperador da Etiópia. Tradicionalmente, quando os líderes são coroados devem ser consagrada na Igreja de Santa Maria de Sião, em Aksum, a fim de reivindicar-se como descendente direto do Rei Salomão e a Rainha de Sabá caso contrário seu trono se torna inválido.


A grande conquista de Haile Selassie era que ele pressionou os EUA e os europeus para a reunificação da Eritreia com a Etiópia, que havia permanecido sob o domínio britânico, após a derrota italiana em 1941. Com o aval das Nações Unidas Eritreia foi anexada a Etiópia em 1952. Sem dúvida, Haile Selassie era hábil na diplomacia e soube explorar bem entre africanos de várias nacionalidades a imagem de líder bravo, símbolo de independência. O que o tornou um ícone e referência para o movimento pan-africanista pós 2° Guerra. Em 25 de maio de 1963 foi criado a Organização da Unidade Africana em Adis Abeba. Na parte econômica, Selassie não conseguiu fazer a Etiópia evoluir. Mesmo com algumas reformas, aspectos feudais se conservaram principalmente no interior do país.


A falta de infra-estrutura, o aumento da pobreza no país, e o estilo opulento de vida de Haile Selassie e a família real somado com a falta de democracia, a fome que levou uma crise humanitária regiões Wollo e Tigray em 1973, e os crescentes anseios dos eritreus por independência, logo convulsionaram o país politicamente. Várias pequenas revoltas explodiam, sendo duramente combatidas. Em 1960 ocorreu uma tentativa de golpe de Estado, Selassie em ocasião estava em visita oficial ao Brasil. Os golpistas fracassaram, e foram todos enforcados. A agitação era impossível de se contida, Haile Selassie foi deposto e preso por militares de inspiração marxistas em 12 de setembro de 1974 e mais tarde executado pelo Derg (Comitê Militar), incluindo seus membros do gabinete, monarquistas e o Patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope.



Tigrayan¹: Ramificação étnica que habita parte sul e central da Eritreia e as terras altas do norte da Etiópia. Possui um idioma próprio, uma língua de origem semita. O povo Tigrayan também chamado de Tigray-Tigrinya são praticantes da cristianismo ortodoxo, mas não se reconhecem como parte da Etiópia e sempre buscaram independência. Em 1991 a Eritreia após intensas lutas conquistou a independência.


Ras²: Nome dado aos senhores feudais.


Kassan 05/05/2014

ELEIÇÃO E O FENÔMENO E A EXPLOSÃO DA AFROCONVINIÊNCIA

Não é um ''fenômeno'' inusitado se assim posso dizer, basta ser ano eleitoral e de repente os mesmos que nos viram as costas anos a anos quando precisamos, que se fazem de surdos para não ouvirem nossas reivindicações, se fazem de cegos para não ver nossa situação desigual, que se fazem de mudos para não disserem nada a nosso favor, mas como em um passe de mágica da noite para o dia se tornam nossos melhores amigos do peito...

Logo vem com largos sorrisos, promessas é palavras bonitas, tudo para nos enamorar até 5 de outubro. Mas depois de quando eleitos numa fenomenal velocidade como surgiram vão e desaparecem e se fecham em condomínios de luxo, gabinetes e depois partem para viagens em paraísos turísticos em outros países. E da categoria de eleitores amados e preciosos somos rebaixados á uma massa de pessoas anônimas a serem discriminadas, exploradas, marginalizadas, segregadas, reprimidas e consequentemente esquecidas para morrer sobre várias formas, seja por tiros, por falta assistência médica, péssimas condições de moradia e trabalho.

Na esteira desse ''fenômeno'' para conquista do capital eleitoral afrodescendente os partidos criam secções interna para supostamente nós conceber voz é vez no caso do PSDB do Senador Aécio ''Novo Negro'' Neves existe o Tucanafro... Os pequenos burgueses negros embalados com uma proposta de negritude versão neoliberal.

A verdade e que tudo isso não e um ''fenômeno'' mas se trata da hipócrita e dissimulada AFROCONVINIÊNCIA! Comportamento oportunista de falsa-amizade e cordialidade parido do ventre da apodrecida democracia racial.

Como bem diz um ditado haitiano: ''Dentes bonitos não significa que ele seja seu amigo''. Então que esses afroconvenientes de plantão a procura de voto como Aécio Neves e todos os demais recolham seus sorrisos, não somos idiotas nem vamos cair no canto da sereia branca.

AFROCONVINIÊNCIA... Não obrigado!




KASSAN 04/05/2014