Solidariedade e Justiça Agora!

Em Cavalcante (GO), cidade a 310 km de Brasília e localizada na Chapada dos Veadeiros, surgem denúncias de crime de abusos sexuais é trabalho infantil cometidos contra meninas pertencentes a comunidade quilombola de Kalunga.

O uso de exploração de mão de obra infantil especialmente para atividades domésticas, assim como de relatos de violência sexual não e recente, mas sempre encontrou barreiras para serem investigadas. O motivo dessa negligência e devido que os suspeitos de praticarem os crimes se constituem de pessoas econômica e politicamente influentes da região, que incluem vereadores e ex-vereadores.

A comunidade de remanescentes de escravizados reúne aproximadamente 7.000 moradores. A situação de Kalunga não se diferencia de outras comunidades quilombolas existentes no Brasil, no que se refere à pobreza de seus habitantes, na inexistência de maiores oportunidades de estudo, emprego, acesso a serviços básicos como assistência médica, saneamento básico, soma-se a isso as ameaça e conflitos de terras por grileiros, fazendeiros. Na comunidade de Kalunga todos esses fatores causam um terrível impacto negativo na qualidade de vida de seus habitantes.
Com essas graves condições obrigam as meninas e adolescentes a irem morar em casas de famílias de classe média de Cavalcante, para trabalharem como empregadas em troca de conseguirem pelo menos prosseguirem nos estudos até o ensino médio. Tratam-se de relações de trabalho ilegais, não aparadas por nenhuma proteção trabalhista, onde as garotas são submetidas a longas rotinas, muitas delas sequer são assalariadas, vivem em quartos minúsculos e recebem em troca apenas alimentação. Essas garotas são oriundas de famílias extremamente carentes o que amplia de maneira significativa a vulnerabilidade social, elas ficam expostas á uma variedade de formas de violência sejam físicas, morais, sexuais, psicológicas.

Por iniciativa de Vilmar Souza Costa, presidente da AQK (Associação do Quilombo Kalunga) foram encaminhadas as denúncias para conhecimento da SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial). Como resposta, a Policia Civil goiana realizou a troca do efetivo da delegacia local acusado em agir com morosidade a análise de denúncias anteriores. Foram trazidos investigadores de outras localidades para que sejam conduzidos sem omissão as investigações que venham a comprovar os crimes e responsabilizar seus autores. Já foram abertos noves inquéritos até o presente momento. Um deles inclui o nome do vice-presidente da Câmara Municipal, Jorge Cheim (PSD), 62 anos. Um laudo pericial comprovou o estupro de uma menina Kalunga de 12 anos que residia e trabalhava na casa dele.

Já foi solicitado a prisão preventiva de Cheim pelo delegado responsável pelas investigações, Diogo Luiz Barreira. Jorge Cheim além de vereador por três mandatos, é ex-prefeito de Cavalcante e marido da atual vice-prefeita do município, Maria Celeste Cavalcante Alves (PSD).

O pedido de prisão e o inquérito contra o vereador está sobre responsabilidade da única promotora de Justiça de Cavalcante, Úrsula Catarina Fernandes Siqueira Pinto que ocupa o cargo da comarca do município há 18 anos. Um detalhe que chama atenção e pode comprometer a idoneidade do andamento do inquérito, e o fato de Úrsula ser casada com um primo de Cheim.

No momento vamos aguardar o desenvolvimento dos trabalhos da polícia e esperarmos que haja realmente um devido encaminhamento para realização de justiça e punição para todos os envolvidos, sejam eles autores e cúmplices.
Não podemos permitir que ocorra impunidade em todos esses casos, se preciso for vamos iniciar uma campanha de solidariedade paras meninas de Kalunga, pressionar as autoridades policiais e judiciais.

Máxima Solidariedade para Meninas de Kalunga!
Abaixo Violência contra nossas crianças e juventude! 




































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Kassan 22/04/2015

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